A partir deste sábado (1º), entra em vigor o reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre combustíveis, medida aprovada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) no fim de 2024. O aumento atinge gasolina, etanol, diesel e biodiesel, com a justificativa de correção de valores considerados defasados em relação ao mercado internacional.
Novos valores do
ICMS sobre combustíveis
Com o
reajuste, os combustíveis passam a ter as seguintes alíquotas:
Gasolina e
etanol: acréscimo de R$ 0,10 por litro, totalizando R$ 1,47.
Diesel e
biodiesel: aumento de R$ 0,06 por litro, elevando o valor para R$ 1,12.
Segundo
especialistas, a alteração visa aumentar a arrecadação estadual e corrigir a
discrepância entre os preços internos e os valores praticados no mercado
externo.
Impacto no mercado e
na economia
Para o
diretor do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Carlos
Pinto, a elevação do ICMS pode ter reflexos significativos nos custos
logísticos, afetando o preço final de diversos produtos. "O impacto se
estende a toda a economia, uma vez que o transporte rodoviário é o principal
meio de distribuição de bens no Brasil", avalia.
O
especialista em gestão tributária da Fipecafi, Hélder Santos, destaca que a
defasagem nos preços internos dos combustíveis em relação ao mercado
internacional pode ter sido um dos fatores determinantes para a decisão do
Confaz. Segundo ele, a medida pode resultar em um aumento generalizado nos
custos operacionais das empresas e no valor dos produtos para o consumidor
final.
Defasagem dos preços
e posição da Petrobras
Dados do
Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) indicam que a gasolina apresentava
uma defasagem de 7,54%, enquanto o diesel acumulava um atraso de 15,15% em
relação aos valores praticados internacionalmente. Em 2024, o diesel não sofreu
reajustes, o que reforça a necessidade de revisão, segundo especialistas do
setor.
Na última
segunda-feira (27), integrantes do governo federal se reuniram com a CEO da
Petrobras, Magda Chambriard, para discutir o impacto do reajuste do ICMS e a
possibilidade de alteração dos preços dos combustíveis nas refinarias.
A empresa
estatal avaliou que a recente desvalorização do dólar reduziu a necessidade de
reajuste na gasolina. No entanto, no caso do diesel, um aumento ainda está sob
análise, dependendo de estudos financeiros.
A Petrobras
possui autonomia para definir os valores cobrados nas refinarias, considerando
a rentabilidade da empresa e a estabilidade dos preços internos frente às
oscilações do petróleo no mercado internacional.
Segundo a
associação Refina Brasil, que representa refinarias privadas, a defasagem nos
preços já teria causado perdas de aproximadamente R$ 20 bilhões à estatal desde
maio de 2023.
Próximas decisões
Nesta
quarta-feira (29), o conselho de administração da Petrobras deve se reunir para
avaliar se mantém os preços atuais ou promove reajustes. O mercado segue atento
às definições, uma vez que alterações nos valores dos combustíveis impactam
diretamente a inflação e os custos de transporte e produção no país.
Com a
vigência do novo ICMS, consumidores e setores produtivos devem sentir o reflexo
do aumento nos combustíveis nos próximos meses, o que pode pressionar ainda
mais os custos em diferentes segmentos da economia brasileira.
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