Vereadores da oposição em Conchal tentam eleger Robinho, condenado em primeira instância e sob risco iminente de perder o mandato por improbidade.
A escolha do futuro presidente da Câmara Municipal de Conchal
tem gerado polêmica e preocupação na população. Alguns vereadores do município
estão apoiando o nome de Roberson Claudino Pedro, o "Robinho", para
comandar a Casa, mesmo após sua condenação em primeira instância por improbidade
administrativa. O caso levanta questionamentos sobre os critérios utilizados
pelos parlamentares na escolha de seus líderes e os reflexos que essa decisão
pode ter para a cidade.
Condenação e risco de perda
de mandato
A sentença judicial, proferida pelo Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo, em 25 de julho de 2024, condenou Robinho e outro envolvido
por improbidade administrativa devido à contratação de "funcionário
fantasma" na Câmara Municipal entre 2015 e 2016. O servidor nomeado teria
recebido salário sem exercer plenamente suas funções, acumulando o cargo com
outra atividade em um posto de combustíveis. Segundo a decisão, houve
enriquecimento ilícito e prejuízo ao erário público, o que levou à condenação
de ambos.
Entre as penalidades impostas estão a suspensão dos direitos
políticos por quatro anos, a obrigatoriedade de ressarcimento integral dos
valores recebidos indevidamente e a proibição de contratar com o poder público
ou receber incentivos fiscais por igual período. Apesar de ter recorrido da
decisão, a condenação pode impactar diretamente sua permanência no cargo. Caso
a condenação seja mantida em segunda instância, Robinho terá que devolver aos
cofres públicos todos os valores investidos indevidamente, além das penalidades
já impostas.
Vale lembrar que na época, foi o jornal F5 que juntou provas
e ofereceu a denúncia ao Ministério Público, que, após mais investigações,
acatou a denúncia e a encaminhou à Justiça.
Base governista evitou
Robinho na Mesa Diretora?
Tudo indica que sim. Embora Robinho tenha sido eleito pelo
PP, partido que compõe a base governista, o grupo achou melhor não colocá-lo
como parte da Mesa Diretora e nem mesmo como candidato à presidência. No
entanto, os outros dois vereadores eleitos pelo PP foram incluídos na
composição da Mesa, situação essa que demostra um distanciamento estratégico em
relação a Robinho. Essa decisão sugere que, mesmo entre seus aliados políticos,
há uma preocupação com os desdobramentos jurídicos e políticos de sua
condenação.
Vereadores ignoram os
riscos?
Mesmo diante da decisão da Justiça, parte dos vereadores da
oposição insiste na candidatura de Robinho para a presidência da Câmara. A
questão central que se impõe é: os parlamentares estão pensando nos interesses
da população ou em suas próprias conveniências políticas?
Caso Robinho tenha sua condenação mantida em segunda
instância, ele poderá perder o mandato, comprometendo o andamento das
atividades do Legislativo municipal e gerando uma instabilidade política
desnecessária. Essa possibilidade coloca em xeque a responsabilidade dos
vereadores que apoiam sua candidatura, pois poderiam evitar essa situação
aguardando o desfecho do processo antes de indicá-lo para a chefia do
Legislativo, assim como fez a maioria dos vereadores do mesmo grupo político que
Robinho.
População pode ser
prejudicada
A nomeação de um presidente sob risco iminente de perda de
mandato compromete o andamento dos trabalhos legislativos e pode gerar
prejuízos para toda a cidade. Projetos essenciais para o desenvolvimento de
Conchal podem ficar travados, além de afetar a credibilidade da Câmara perante
a população e órgãos fiscalizadores.
Cabe aos vereadores da oposição, reavaliar sua decisão e
considerar a importância de um Legislativo forte e confiável. A população, por
sua vez, precisa estar atenta e cobrar de seus representantes transparência e
compromisso com a moralidade pública. A escolha de quem preside a Câmara deve
ser feita com responsabilidade, respeitando os princípios éticos que regem a
administração pública.
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