🔹 Justiça manda interditar carceragem da Seccional de Limeira por riscos à saúde e superlotação — MP apontou superlotação e graves problemas nas condições de higiene e segurança do local
A Justiça de Limeira (SP) determinou que o governo estadual
interdite a carceragem da Delegacia Seccional da cidade e transfira os presos
para unidades prisionais adequadas. A medida deve permanecer até que sejam
realizadas reformas que garantam condições dignas de detenção.
A decisão foi proferida em caráter liminar — ou seja, de
maneira urgente e provisória — em uma ação movida pelo Ministério Público, que
apontou superlotação de detentos e graves problemas nas condições de higiene e
segurança do local.
Relatório aponta diversas irregularidades
A carceragem, também chamada de Centro de Triagem, é
destinada a abrigar presos temporariamente, enquanto aguardam transferência
para unidades prisionais definitivas. Um relatório elaborado pela Vigilância
Sanitária constatou uma série de irregularidades no espaço, entre elas:
*Quantidade de detentos acima do limite estabelecido;
*Superlotação que agrava as condições precárias de higiene,
devido à falta de limpeza frequente;
*Deficiência na circulação de ar e falta de iluminação
natural, fatores que aumentam a umidade e representam risco à saúde dos
detentos e dos agentes que atuam no local.
Em nota, a Polícia Civil de Limeira informou que está
adotando providências para a adequação das instalações do Centro de Triagem.
Quanto à ação judicial, afirmou que o processo está sob análise da Procuradoria
Geral do Estado (PGE).
Ausência de laudo dos bombeiros
Outro ponto crítico revelado é que o Centro de Triagem não
possui Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), documento essencial que
certifica que o prédio é seguro contra incêndios e outras situações de
emergência. A informação consta em ofício encaminhado pelo Comandante do 16º
Grupamento de Bombeiros.
Inspeção do Ministério Público
Durante uma inspeção realizada no dia 2 de abril, o
Ministério Público constatou a presença de 26 presos distribuídos em apenas
cinco celas. Também foram observadas diversas falhas estruturais e sanitárias:
*Paredes deterioradas;
*Colchões sem capa impermeável;
*Limpeza precária e mau odor;
*Falta de ventilação adequada e de luminosidade;
*Ausência de área para banho de sol.
Justiça impõe prazo para interdição
Na decisão, o juiz Henrique Vasconcelos Lovison, da Vara da
Fazenda Pública de Limeira, concedeu prazo de 30 dias para que a carceragem
seja interditada e todos os presos sejam transferidos para unidades prisionais
adequadas. O local só poderá ser reutilizado após a conclusão das reformas
necessárias e a comprovação da solução de todos os problemas constatados.
Segundo o magistrado, a situação verificada ultrapassa inadequações pontuais, configurando uma “situação estrutural e sistemática de potencial violação a direitos fundamentais”. Em sua decisão, o juiz destacou que as fotografias anexadas aos autos demonstram “condições absolutamente incompatíveis com a dignidade humana, evidenciando celas superlotadas, sanitários em condições precárias, ausência de ventilação adequada e graves problemas de higiene”.
*Fonte: G1
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