A bancada de oposição na Câmara dos Deputados alcançou o
número mínimo de 171 assinaturas para protocolar o pedido de abertura de uma
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar um esquema de
descontos ilegais em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS). O requerimento, de autoria do deputado federal Coronel
Chrisóstomo (PL-RO), será submetido à decisão do presidente da Casa, Hugo Motta
(Republicanos-PB), que determinará a instalação ou não da CPI.
Esquema
de fraudes bilionárias
A iniciativa surge após a deflagração da operação "Sem
Desconto", conduzida pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral
da União (CGU), que revelou um esquema de descontos não autorizados em
benefícios previdenciários. Entre 2019 e 2024, estima-se que cerca de R$ 6,3
bilhões tenham sido desviados por meio de contribuições sindicais fraudulentas,
envolvendo pelo menos 11 sindicatos.
A CGU identificou casos em que assinaturas de beneficiários
analfabetos, idosos com doenças incapacitantes e indígenas foram falsificadas
para autorizar descontos em folha. Em entrevistas presenciais com 1.273
segurados, 97,6% afirmaram não ter autorizado os descontos, e 95,9% disseram
não participar de nenhuma associação ou sindicato.
Consequências
e medidas adotadas
O então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi
afastado do cargo por decisão judicial e posteriormente demitido pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, o governo publicou uma norma
suspendendo todos os acordos entre o INSS e associações, como medida preventiva
para evitar novas fraudes.
Próximos
passos
Com o número mínimo de assinaturas alcançado, cabe agora ao presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, decidir sobre a instalação da CPI. A comissão terá a responsabilidade de aprofundar as investigações sobre as fraudes no INSS, identificar os responsáveis e propor medidas para evitar que casos semelhantes ocorram no futuro.
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