📉 Correios em colapso e ajuste às custas do trabalhador: estatal corta salários, suspende férias e põe fim ao home office enquanto tenta tapar rombo de R$ 2,6 bilhões
A direção dos Correios anunciou recentemente um pacote de
medidas drásticas para conter o rombo financeiro que já ultrapassa R$ 2,6
bilhões. Em vez de uma reestruturação profunda da gestão ou revisão de
contratos vultosos, a estatal decidiu colocar o peso da crise sobre os ombros
dos trabalhadores.
O corte anunciado inclui a redução da jornada de trabalho
com diminuição proporcional de salários, suspensão de férias até 2026, extinção
do home office, além de um novo redesenho nos planos de saúde — este, ainda em
negociação com os sindicatos. A empresa também prolongou o prazo para adesão ao
Plano de Demissão Voluntária (PDV) e prometeu cortar 20% das funções
comissionadas na sede.
🚨 Um
ajuste à custa do trabalhador
A medida mais polêmica é a redução da carga horária para
seis horas nas áreas administrativas, com corte proporcional de vencimentos. Na
prática, trata-se de uma redução salarial em meio a um país ainda fragilizado
economicamente. Sem negociação coletiva real, a decisão ignora o impacto direto
na vida de milhares de servidores, já pressionados por anos de congelamento
salarial, perda de benefícios e insegurança funcional.
Suspender férias também é um sinal de alerta. O descanso é
direito trabalhista fundamental e sua postergação em nome de ajustes
financeiros revela um modelo de gestão que trata o servidor como variável de
ajuste, e não como parte da solução.
🏠 Fim
do home office: retrocesso ou cortina de fumaça?
Outra decisão que chama atenção é o fim do regime remoto,
determinado sem estudos públicos que comprovem queda de produtividade ou
prejuízo aos serviços. A justificativa? Reduzir custos e “resgatar o espírito
institucional”. Na prática, soa como uma resposta simbólica — e ultrapassada —
para um problema estrutural muito maior. Vale lembrar que o home office, para
muitos servidores, foi a única maneira de manter serviços em funcionamento
durante a pandemia.
📦 Os
erros estratégicos por trás da crise
A estatal tem perdido competitividade desde a explosão do
e-commerce internacional, especialmente frente à entrada agressiva de players
privados no setor logístico. O chamado “efeito Shein” — agora acentuado pela
taxação federal de importações — reduziu drasticamente a demanda pelos serviços
dos Correios.
Mas onde estão os culpados por anos de má gestão? Por que os
contratos bilionários de tecnologia e infraestrutura, nem sempre auditados com
transparência, seguem intocados? As medidas anunciadas não mexem nos altos
cargos indicados politicamente, tampouco apresentam um plano claro de inovação
tecnológica ou revisão de parcerias.
⚠️ O
risco de esvaziamento da estatal
Em vez de enfrentar o problema pela raiz, os Correios
parecem repetir a receita clássica de sucateamento: desvalorização dos
trabalhadores, enfraquecimento da estrutura e aumento da insatisfação. A
consequência é previsível: desmotivação interna, piora nos serviços e
enfraquecimento da imagem da empresa junto à sociedade.
Empurrar os custos do desmonte para os servidores é, no mínimo, irresponsável. É preciso cobrar da direção um plano realista de recuperação que envolva investimento, inovação e transparência, e não apenas contenção baseada em cortes brutais.

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