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EUA oferecem até US$ 10 milhões por informações sobre Hezbollah na Tríplice Fronteira sem avisar Itamaraty

F5 Conchal

O governo dos Estados Unidos anunciou uma recompensa de até US$ 10 milhões (aproximadamente R$ 57 milhões) por informações que levem à interrupção das redes financeiras do grupo libanês Hezbollah na região da Tríplice Fronteira — área que abrange partes do Brasil, Argentina e Paraguai. A iniciativa foi divulgada nesta segunda-feira (19) pela Embaixada dos EUA no Brasil, por meio do programa Rewards for justice, vinculado ao Departamento de Estado.

Segundo o comunicado oficial, o foco é identificar e desarticular fontes de financiamento do Hezbollah, incluindo doadores, facilitadores financeiros, instituições bancárias, casas de câmbio e empresas de fachada envolvidas em atividades ilícitas como lavagem de dinheiro, tráfico de drogas, contrabando de carvão, petróleo, diamantes, produtos de luxo, além de falsificação de documentos e moeda americana. O grupo também é acusado de utilizar negócios legítimos, como construção civil, importação e exportação, e transações imobiliárias para financiar suas operações.

As denúncias podem ser feitas de forma anônima por meio de canais seguros, como Signal, Telegram ou WhatsApp, pelo número +1-202-702-7843, ou ainda através da rede Tor. O programa Rewards for justice já pagou mais de US$ 250 milhões a mais de 125 pessoas cujas informações ajudaram a neutralizar ameaças à segurança nacional dos EUA.


A ação norte-americana, no entanto, gerou desconforto no Brasil. O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) não foi informado previamente sobre a iniciativa, o que causou mal-estar entre autoridades brasileiras. A oferta de recompensa coincidiu com a chegada do almirante Alvin Holsey, chefe do Comando Sul das Forças Armadas dos EUA (SouthCom), a Brasília para uma visita de três dias. Militares brasileiros, sob condição de anonimato, consideraram a medida uma provocação e um precedente perigoso, que compromete o diálogo e a cooperação entre os países.

O Hezbollah é classificado pelos Estados Unidos como uma organização terrorista desde 1997. Estima-se que o grupo movimente cerca de US$ 1 bilhão por ano, provenientes de apoio direto do Irã, investimentos internacionais, redes de doadores e atividades criminosas.

A região da Tríplice Fronteira tem sido apontada por autoridades americanas como um ponto estratégico para o financiamento de grupos extremistas, devido à presença de uma significativa comunidade islâmica e à atuação de redes de comércio ilícito.



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