PF prende ex-ministro Gilson Machado em Recife por suspeita de tentar emitir passaporte para Mauro Cid
A Polícia
Federal cumpriu, na manhã desta sexta-feira (13 .jun. 2025), mandado de prisão
preventiva contra o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, em sua residência em
Recife (PE). A ordem foi expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República, que o
investiga por obstrução de investigação e favorecimento pessoal. Segundo a PF,
Machado tentou obter, em 12 de maio, um passaporte português no Consulado de
Portugal no Recife para o tenente-coronel Mauro Cid — ex-ajudante de ordens de
Jair Bolsonaro e delator no inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado
após as eleições de 2022.
De acordo
com a decisão que fundamenta a prisão, documentos e mensagens apreendidos no
celular de Cid indicam que o ex-ministro agiu para viabilizar uma eventual fuga
do militar do país, num momento em que ele negocia colaboração premiada com a
Justiça. A PGR afirma que, mesmo não tendo obtido êxito, Machado poderia buscar
“alternativas junto a outras representações consulares” e, por isso, vê risco
concreto de novas tentativas de obstrução. A mesma operação cumpriu mandado de
busca e apreensão contra Mauro Cid, em Brasília; embora um pedido de prisão
contra o militar tenha sido inicialmente expedido, a defesa informou que a
ordem foi revogada ainda pela madrugada.
Os
investigadores também apontam que Gilson Machado, aliado de primeira hora de
Bolsonaro, promoveu em suas redes sociais uma campanha de arrecadação
financeira para o ex-presidente — prática que pode configurar tentativa de
financiar atos para atrapalhar o andamento dos processos. Até o fechamento
desta edição, a defesa do ex-ministro não havia se manifestado. A operação
permanece sob sigilo, e novas diligências não estão descartadas.
Quem é
Gilson Machado
Veterinário
de formação e sanfoneiro nas lives de Bolsonaro, Machado presidiu a Embratur e
chefiou o Ministério do Turismo de 2020 a 2022. Candidatou-se sem sucesso ao
Senado por Pernambuco em 2022 e à prefeitura do Recife em 2024. A prisão de
hoje o coloca no centro das investigações sobre a suposta trama para manter o
ex-presidente no poder.
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