Tribuna Livre: Wilber Adriel defende criação do cargo de Professor de Educação Especial e valorização dos cuidadores escolares em Conchal
Durante a
sessão da Câmara Municipal de Conchal realizada na segunda-feira (21), o
professor e educador Wilber Adriel da Silva fez uso da Tribuna Livre para
tratar de um tema que classificou como “urgente, sensível e estruturante”: a
efetivação de uma educação inclusiva no município. Em sua fala, ele defendeu a
criação do cargo de Professor de Educação Especial no quadro permanente da rede
municipal de ensino, além da valorização e regulamentação do papel dos
cuidadores escolares, hoje em grande parte exercido por estagiários.
Wilber
iniciou sua fala amparado na Constituição Federal e na Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), destacando que o
Atendimento Educacional Especializado (AEE) é um direito assegurado por lei e,
portanto, uma obrigação do poder público. “Não é favor — é dever do Estado”,
afirmou.
O professor
fez questão de diferenciar as atribuições dos profissionais que atuam
diretamente com alunos com deficiência: o Professor de Educação Especial,
responsável pelo planejamento pedagógico, pelas adaptações curriculares e pelo
uso de tecnologias assistivas; e o Cuidador Escolar, que atua no suporte físico
e pessoal, como alimentação, higiene e locomoção. Segundo ele, essas funções
são complementares e ambas indispensáveis para garantir a inclusão efetiva dos
estudantes na rede regular de ensino.
Wilber chamou
a atenção para o atual modelo adotado em Conchal, onde muitos estagiários do
ensino médio assumem, na prática, o papel de cuidadores escolares, sem vínculo
formal, estabilidade ou formação adequada. “Embora muitos atuem com zelo e
sensibilidade, é uma situação insustentável e injusta com esses jovens e com os
alunos atendidos”, disse.
Ele defendeu
a criação de cargos por concurso público para cuidadores escolares, formação
continuada específica e condições dignas de trabalho. Também citou como base as
diretrizes da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (MEC, 2008), o Plano Nacional de Educação (PNE) e pareceres do
Conselho Nacional de Educação que exigem a presença de professores
especializados e cuidadores nas redes públicas.
“A ausência
de concursos públicos e cargos estruturados perpetua a exclusão estrutural. Não
basta matricular o aluno com deficiência — é preciso garantir sua permanência e
aprendizagem em igualdade de condições”, reforçou.
Na
conclusão, Wilber fez um apelo aos vereadores para que a Câmara se posicione
com responsabilidade e coragem: “Criar cargos específicos, valorizar os
profissionais e estruturar uma política pública inclusiva não é gasto — é
investimento. É transformar vidas e promover justiça social.”
Ao final, colocou-se à disposição, junto aos professores especialistas e mães atípicas presentes, para colaborar tecnicamente com o município na construção de soluções concretas para a inclusão escolar.
Comentários
Postar um comentário
Olá, agradecemos a sua mensagem. Acaso você não receba nenhuma resposta nos próximos 5 minutos, pedimos para que entre em contato conosco através do WhatsApp (19) 99153 0445. Gean Mendes...