Mais dois depoimentos serão tomados pela Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito do do INSS nesta segunda-feira (20), a partir de 16h. Felipe
Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), terá de
explicar mais de R$ 1,1 bilhão em descontos indevidos de aposentados e
pensionistas.
A ex-integrante do Conselho Nacional de Previdência Social
(CNPS) Tonia Andrea Inocentini Galleti deverá informar aos parlamentares o que
teria bloqueado suas denúncias e pedidos de regulamentação dos Acordos de
Cooperação Técnica (ACTs) firmados com associações e sindicatos.
Suspeitas
A oitiva de Tonia Galleti atende a cinco requerimentos, dos
senadores Izalci Lucas (PL-DF), Damares Alves (Republicanos-DF) e dos deputados
Beto Pereira (PSDB-MS), Adriana Ventura (Novo-SP) e Duarte Jr. (PSB-MA).
No seu pedido (REQ 60/2025), Izalci Lucas argumenta que a
investigação no âmbito da CPMI não pode ser compreendida “apenas pela análise
de seus executores finais”, mas considera importante investigar as falhas
estruturais e as “omissões deliberadas que ocorreram no epicentro decisório do
sistema”.
Já o depoimento de Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da
Associação dos Aposentados e Pensionistas Amar Brasil Clube de Benefícios
(ABCB), atende a sete requerimentos, dos senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e
Damares Alves (Republicanos-DF) e dos deputados Rogério Correia (PT-MG),
Orlando Silva (PCdoB-SP), Paulo Pimenta (PT-RS) e Evair Vieira de Melo (PP-ES).
Ao justificar o depoimento (REQ 910/2025), Fabiano Contarato
aponta que Felipe Gomes teria sido identificado pelas investigações da Polícia
Federal e da Controladoria Geral da União (CGU) como um dos operadores do
esquema de fraudes no INSS.
Segundo o senador, entre 2022 e 2024, o ex-dirigente da
associação teria movimentado mais de R$ 1,1 bilhão por meio de descontos
indevidos em benefícios previdenciários.
“A Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB) foi autorizada a
descontar até 2,5% sobre os benefícios previdenciários em 2022, passando a
executar cobranças que atingiram milhares de aposentados e pensionistas, muitos
sem qualquer vínculo ou autorização expressa para filiação à entidade",
afirma Contarato.
"Há indícios de que a associação funcionou como fachada
para operações financeiras irregulares, utilizando a estrutura de convênios com
o INSS para captação ilícita de recursos, o que caracteriza grave violação dos
direitos dos beneficiários”, acrescenta o senador na justificação.
INSS
O ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto esteve na CPMI
na segunda passada e se negou a responder as perguntas do relator da Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que analisa os desvios em descontos de
aposentados e pensionistas, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
A negativa gerou um impasse e a reunião foi suspensa para
tratativas do presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG) com a
defesa da testemunha.
Um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Luiz Fux deu a Stefanutto o direito de não ser obrigado a
responder a perguntas que possam incriminá-lo.
No relato inicial, Stefanutto abordou o seu trabalho na
direção da autarquia, enumerando as medidas tomadas para resolver problemas
como a fila para análise de benefícios e os desvios relacionados a descontos
associativos de aposentados e pensionistas.
“Os servidores do INSS são heróis, porque entregam um serviço
que, via de regra, ninguém reconhece”, disse o ex-presidente do INSS,
referindo-se às ações de auditoria para investigar os descontos.



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