O juiz Sergio Moro decidiu
que o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu vá de Brasília até Curitiba colocar
novamente uma tornozeleira eletrônica. A decisão foi tomada porque a 2ª Turma
do Supremo Tribunal Federal mandou soltar o ex-ministro, que cumpria pena
antecipadamente desde maio deste ano.
No despacho, Moro afirma que
com a suspensão da execução provisória da pena, que havia sido determinada pelo
Tribunal Regional Federal da 4ª Região após a autorização da execução da pena
em 2ª instância, é retomada a competência do juízo de origem, que ele diz ser a
13ª Vara Federal de Curitiba. Com isso, retornam as medidas impostas pela 2ª
Turma do STF, em maio de 2017, quando a maioria do colegiado votou pela
aplicação de alternativas para substituir a prisão, que na época era
preventiva, de José Dirceu.
As cautelares incluem o uso
da tornozeleira eletrônica para monitoramento, proibição de deixar a cidade de
domicílio e de se comunicar com qualquer outro acusado ou testemunha nas mesmas
ações penais que o réu com exceção de seu irmão, comparecimento a todos os atos
do processo e atendimento às intimações por telefone, além de não poder deixar
o país e ter que entregar em juízo seus passaportes.
"Condenado José Dirceu
de Oliveira e Silva a penas elevadas, a prudência recomenda-se o monitoramento
eletrônico para protegera aplicação da lei penal", afirmou Sério Moro em
seu despacho. "Assim, deverá o condenado comparecer perante este juízo até
3/7/2018 para colocação da tornozeleira eletrônica, ficando restabelecidas as
demais proibições", concluiu.
O advogado de Dirceu,
Roberto Podval, disse que está estudando as medidas cabíveis, mas não quis
comentar o despacho de Moro.
Na opinião do advogado
Leonardo Yarochewsky, a decisão do juíz passa por cima do entendimento do
Supremo Tribunal Federal. "Um juiz de piso afronta decisões do Supremo. Já
o fez outras vezes quando grampeou e vazou áudios de ligações da presidente da
República. É necessário que seja punido pelos Órgãos competentes, porque ele
não respeita a Constituição, o Estado Democrático de Direito e nem o Supremo
Tribunal Federal."
Vaivém
José Dirceu é condenado por
crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e por organização criminosa,
com penas de 27 anos de prisão. O ex-ministro ficou dois anos preso
preventivamente, e chegou a ser solto em 2017. Em maio de 2018, após a decisão
do STF sobre a possibilidade de execução antecipada da pena, foi preso
novamente. A defesa do petista alega que a execução da pena depois de decisão
da segunda instância desrespeita o princípio da presunção da inocência.
Clique aqui para ler o
despacho de Sério Moro.
Revista Consultor Jurídico -
Fotos Públicas/Agência Brasil
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