PEC 287 - Coronel Elias Miler da Silva, rejeitou chamar essas diferenciações de privilégios, afirmando se tratar de “medidas compensatórias"
Por Ingrid Pereira
Coronel Elias Miler da Silva
foto: reprodução/internet
A matéria a seguir foi retirada da entrevista do Coronel Elias
Miler para repórteres da agencia de noticias ''Reuters'', realizada em outubro
de 2018.
Algumas pessoas sem lerem o conteúdo da matéria e seu
contexto já saíram acreditando que os militares já teriam aceitado aumentar a
idade para inatividade, mas a matéria é decorrente de uma entrevista que o
coronel deu para dois repórteres da agência de notícias “Reuters” sobre a
possibilidade de ser pautada a PEC 287, reforma da previdência logo após o
segundo turno da eleição, ou seja, no mês de novembro.
Afirmamos de maneira categórica que não existe espaço
para retirar mais direitos do povo brasileiro, pois o texto constitucional e
legal já acabou com a previdência do servidor público e do empregado privado,
tendo em vista que:
1. Já não existe aposentadoria integral para o empregado
privado, que no máximo receberá um benefício de R$ 5.645,80, e esse benefício
não será corrigido, pois o fator previdenciário desconta 30% do valor do
benefício, e esse valor seguirá se desvalorizando, condenando o aposentado a
continuar trabalhando ou dependendo da família para sobrevier;
2. A idade para aposentadoria do empregado privado já
está igual a de muitos países desenvolvidos no mundo, que têm uma excelente
qualidade de vida, diferente do Brasil, que quer cobrar contribuição de 1º
mundo e benefícios de 3º mundo, pois o homem tem que ter 65 anos de idade e 35
anos de contribuição, enquanto a mulher 60 anos de idade e 30 de contribuição,
não precisa mudar mais nada;
3. Para o servidor público o teto de aposentadoria já
está igual ao do INSS, empregado privado, pois desde 2003 não existe mais
aposentadoria integral e paridade entre ativo e inativo. O único ponto que
caberia qualquer discussão, e de maneira progressiva, respeitando os direitos
adquiridos, seria igualar a idade de homens e mulheres 65 anos para homem e 60
anos para mulheres;
4. Para os militares, foi colocado de maneira categórica
e reproduzido em parte pelos repórteres que os militares não têm nenhum
privilégio, pois têm vedação e obrigações na ativa e na inatividade que nenhum
servidor público ou empregado privado tem, tais como: vedação a sindicalização
e greve, sem hora extra, sem participação no lucro, sem fundo de garantia, com
aplicação de regulamentos disciplinares militares e Código Penal Militar
rigorosos, com direitos políticos limitados para ser eleito para mandato
eletivo. Se quisessem discutir o regime constitucional de inatividade do
militar teriam que discutir todos os direitos e deveres do militar e dos demais
servidores e empregados privados, para se fazer uma coisa justa;
5. Alguns pontos poderiam ser discutidos, desde que
houvesse o resgate de direitos que foram tirados dos militares e que permanecem
com servidores públicos, como licença prêmio, adicional por tempo de serviço e
acima de tudo uma reestruturação da remuneração, pois um advogado público, um
defensor, um delegado de policia, um promotor ou juiz no início de carreira,
ganham mais do que um General quatro estrelas. Nesse contexto, poderia ser
discutida uma idade mínima de, por exemplo, 55 anos, que já é uma realidade em
muitas instituições militares com a aprovação do nível superior para ingresso
na carreira militar;
Ele defendeu que os militares devem ser tratados de forma
diferenciada dos demais servidores e dos trabalhadores da iniciativa privada,
pois estão sujeitos a uma série de restrições e não têm os mesmos direitos das
demais categorias.
PEC 287
Ao mesmo tempo que criticou a proposta de reforma da
Previdência que está no Parlamento, o coronel fez a avaliação de que a proposta
de emenda à Constituição (PEC) 287 poderá até ser usada como base de negociação
para pular etapas e ganhar tempo, evitando que uma nova proposta comece a
tramitar do zero.
Uma reforma da Previdência é apontada por economistas
como fundamental para equilibrar as contas públicas e para ajudar a cobrir o
rombo fiscal estimado em 159 bilhões de reais para este ano e 139 bilhões de
reais em 2019, quando o Brasil chegará ao sexto ano seguido de déficit
primário. A questão da Previdência dos militares, tanto federais quanto
estaduais, é um dos temas mais controversos da reforma.
Esperamos que esse texto tenha clareado o assunto, e deve
servir para tirar qualquer dúvida, pois a melhor resposta, em qualquer situação,
é a informação verdadeira. A bancada militar, a maior da história do Congresso
Nacional, estará sendo assessorada por nossas entidades estaduais e nacionais,
juntamente com o Conselho Nacional de Comandantes Gerais PM/BM, que nunca
abriram mão dos nossos direitos, construídos e conquistados com o sangue dos
nossos antepassados e nossos heróis atuais que tem cumprido o seu juramento de
defender a sociedade com o sacrifício da própria vida!
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