Inflação acumulada em 12
meses chega a 4,94%, informou o IBGE nesta sexta-feira; preços da gasolina e
dos remédios foram os que mais pesaram na composição do índice.
Foto: André
Vieira/Bloomberg/
A inflação medida pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou abril com alta de
0,57%, ante um avanço de 0,75% em março, informou nesta sexta-feira, 10, o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou abaixo da
mediana das estimativas do mercado financeiro, de 0,63%, e dentro do intervalo
de 0,54% a 0,71% na pesquisa Projeções Broadcast.
Segundo o IBGE, foi a maior
alta do IPCA para meses de abril desde 2016, quando a taxa ficou em 0,61%.
A taxa acumulada pela
inflação no ano foi de 2,09%. Nessa base de comparação também foi a maior
variação acumulada até abril desde 2016, quando o IPCA teve avanço de 3,25%.
O IPCA em 12 meses ficou em
4,94%, abaixo da mediana das previsões, de 5,00% (intervalo de 4,90% a 5,10%).
Segundo o IBGE, é a maior variação acumulada em 12 meses desde janeiro de 2017,
quando o IPCA acumulou alta de 5,35%.
Pressão da gasolina e dos remédios
Gasolina e remédios foram os
vilões da inflação de abril. Os preços dos alimentos também pesaram, mas em
magnitude inferior ao peso visto na leitura de março do indicador.
O grupo saúde e cuidados
pessoais teve o maior impacto de alta, contribuindo com 0,18 ponto porcentual
após avançar 1,51% no IPCA de abril. O destaque foi o segmento
"remédios" (2,25%), refletindo o reajuste anual, em vigor desde 31 de
março, com teto de 4,33%, segundo o IBGE.
De acordo com Fernando
Gonçalves, da Gerência de Sistema Nacional de Índices de Preços (SNIPC) do
IBGE, os remédios tiveram o terceiro maior impacto individual no IPCA do mês e
é possível que o reajuste continue tendo efeito na inflação de maio, pois as
farmácias podem "espaçar" as remarcações de preços em função da
concorrência. "Pode ser que o comerciante, para atrair o público, espace
mais os reajustes", disse.
O primeiro impacto
individual na inflação ficou com a gasolina, que avançou 2,66%. Com isso, o
grupo transportes subiu 0,94% no IPCA de abril, com impacto de alta de 0,17
ponto porcentual. Apesar disso, houve desaceleração ante março, quando o grupo
subiu 1,44%.
O grupo alimentação e
bebidas contribuiu com 0,16 ponto porcentual no IPCA do mês passado, ao subir
0,63%. Apesar do peso, a variação ficou abaixo da metade da registrada no IPCA
de março (1,37%).
A desaceleração foi puxada
pelos alimentos no domicílio, que saíram da alta de 2,07% no IPCA de março para
elevação de 0,62% na leitura de abril.
O IBGE destacou as quedas de
preços no feijão-carioca (-9,09%) e nas frutas (-0,71%). Por outro lado, ainda houve
pressão do tomate (28,64%), segundo maior impacto individual no IPCA de abril,
do frango inteiro (3,32%), da cebola (8,62%) e das carnes (0,46%). A
alimentação fora de casa foi de 0,10% em março para 0,64% em abril.
Preços monitorados
Segundo Gonçalves, os preços
monitorados - como são os dos combustíveis e dos remédios - continuarão a
pressionar a inflação de maio. Estão no radar o reajuste de 3,43% no gás de
botijão, em vigor desde 1.º de maio (o gás de botijão tem peso de 1,32% no
IPCA) e o reajuste de 4,72% na tarifa de água e esgoto na região metropolitana
de São Paulo. Esse item pesa 1,47% na composição do IPCA da região
metropolitana de São Paulo, que, por sua vez, responde por 30,67% na composição
do IPCA nacional.
Além disso, a conta de luz
terá bandeira amarela em maio. Segundo Gonçalves, esse efeito será o principal
na tarifa de energia elétrica, mas se somará a reajustes concedidos em Recife,
Fortaleza e Aracaju, principalmente.
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