Decisão libera as distribuidoras a venderem botijões
diretamente para o consumidor final, sem passar pelos revendedores.
A diretoria da Agência
Nacional do Petróleo (ANP) aprovou nesta quinta-feira (18) o fim das restrições
à verticalização da comercialização de gás liquefeito de petróleo (GLP) no
mercado brasileiro. Com a decisão, o órgão regulador libera as distribuidoras a
venderem botijões de gás de 13 quilos (P-13) diretamente para o consumidor
final, sem passar pelos revendedores.
Antes de 2016, não havia
qualquer vedação à atuação verticalizada no mercado. Foi com a revisão do marco
regulatório, com as resoluções 49 e 51 de 2016, que a ANP proibiu a prática.
Pela regra vigente desde então, a distribuidora não poderia vender diretamente
para o consumidor, mas era livre para participar do quadro de sócios de uma
empresa revendedora, desde que criasse uma nova companhia, com CNPJ separado.
O diretor-geral da ANP,
Décio Oddone, alega que a regulação era uma “regra morta”, já que passou por
uma série de prorrogações sucessivas nos prazos para que as empresas se
adequassem ao regulamento.
“É o fim da obrigatoriedade
de que o botijão tenha que passar pelo revendedor. Estamos eliminando uma
restrição regulatória que nunca se confirmou na prática. A regulação não deve
criar reservas de mercado que criam ineficiência”, disse o diretor, durante a
reunião pública de diretoria.
Segundo ele, a revogação dos
artigos que vedavam a verticalização permite uma maior liberdade nas relações
comerciais e ocorre após posicionamento favorável da Superintendência de Defesa
da Concorrência e Estudos e Regulação Econômica da ANP, que não encontrou
“indicativos de que a atuação direta do distribuidor na atividade de revenda
varejista de botijões de GLP (...) prejudicasse o processo competitivo”.
Oddone saiu em defesa também
da liberação do enchimento fracionado dos botijões de gás — assunto em
discussão hoje dentro da ANP. “A regulação do GLP é a mais restritiva do setor
[de óleo e gás]. Precisamos deixar o mercado funcionar. Quando não há
explicação bem fundamentada para sustentar determinada restrição, devemos
revogar a norma. Essa é a mensagem que estamos deixando”, afirmou.
Conteúdo: G1
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