Nome ainda precisa ser
aprovado em sabatina no Senado e enfrentará resistência interna da categoria
por não ter integrado a lista tríplice.
Conteúdo: ‘O GLOBO’
O presidente Jair Bolsonaro
escolheu o subprocurador Antonio Augusto Brandão de Aras como o novo
procurador-geral da República pelos próximos dois anos. A indicação foi
anunciada nesta quinta-feira por Bolsonaro em evento no Ministério da
Agricultura. O nome será oficializado em edição especial do Diário Oficial da
União.
Augusto Aras, como é
conhecido, enfrenta resistência interna da categoria e será o primeiro chefe da
Procuradoria-Geral da República (PGR) desde 2003 a comandar a instituição sem
ter integrado a lista tríplice, formada por uma votação interna dos
procuradores. Aras entrou em campanha por fora da lista tríplice e criticava o
instrumento, dizendo que ele representava interesses corporativistas da
categoria.
A indicação será enviada ao
Senado para que Aras seja sabatinado, e a instituição aprove sua nomeação. A
sabatina ocorre na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), durante a qual os
candidatos são questionados sobre suas posições jurídicas. O nome precisa ser
aprovado tanto na CCJ como no plenário do Senado — até hoje nunca houve uma
rejeição de nome indicado pelo presidente da República.
Caso o nome de Aras não seja
aprovado em tempo hábil, assume temporariamente o cargo um interino, que é o
subprocurador Alcides Martins, vice-presidente do Conselho Superior do
Ministério Público Federal.

Inicialmente, Bolsonaro e
seus assessores mais próximos estimavam que a indicação seria feita até um mês
antes da saída da atual chefe do Ministério Público Federal, para que a pessoas
escolhida tivesse tempo de articular a própria aprovação juntos aos senadores.
Com 60 anos, Augusto Aras
ingressou no Ministério Público Federal em 1987 e já atuou nas áreas
constitucional, criminal, eleitoral e econômica.
Aras chega a uma PGR alvo de
grave crise interna durante a gestão de Dodge, criticada por arquivamentos de
investigações e pela lentidão na condução da Lava-Jato. Nesta quarta-feira, a
procuradora-geral foi alvo de uma demissão coletiva do grupo de trabalho da
Lava-Jato por causa desses descontentamentos.

Aras começou na dianteira
nessa bolsa de apostas, mas perdeu pontos depois que deputados do PSL levaram
dossiês ao Palácio do Planalto que apontavam conexões dele com o PT e com
ideias consideradas de esquerda. Depois disso, o presidente passou a ouvir
outros candidatos ao cargo. Passaram por seu gabinete em conversas reservadas o
subprocurador Mario Bonsaglia, mais votado da lista tríplice da categoria, e
diversos outros subprocuradores, como Bonifácio de Andrada, Paulo Gonet e
Antonio Carlos Simões Soares — este último com o apoio do filho do presidente,
o senador Flávio Bolsonaro (PSL).
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