Ministério da Agricultura determina que todas as cervejas da marca Backer sejam recolhidas e que seja suspensa a venda de produtos
Diretora de marketing da Backer reforça 'Não bebam a Belorizontina,
qualquer que seja o lote'
Paula Lebbos reforçou que a orientação vale também para a
cerveja Capixaba, que é produzida no mesmo tanque e possui a mesma fórmula da
Belorizontina, porém tem rótulos diferentes. A cerveja Capixaba é vendida no
Espírito Santo, mas, segundo Paula, nenhum caso de síndrome nefroneural foi
identificado no estado.
Segundo Paula, as autoridades já receberam todas as notas
fiscais de insumos comprados pela cervejaria. Ela voltou a reforçar que o único
produto utilizado no processo de resfriamento é o monoetilenoglicol. "A
Backer nunca comprou o dietilenoglicol", disse. E afirmou: "O monoetilenoglicol
é utilizado em centenas de cervejas no país e no mundo".
Ainda de acordo com a diretora de marketing, os quase 650
funcionários diretos e indiretos da cervejaria estão em casa, por causa da
interdição da fábrica. "Apenas alguns funcionários técnicos estão
trabalhando". Ainda não há prazo para a Backer retomar as atividades,
segundo a diretora de marketing.
Durante a entrevista, Paula pediu para que as cervejarias
artesanais não sejam condenadas pelo que está acontecendo com a Backer. "O
mercado cervejeiro não pode ser indiciado", disse.
Ainda segundo Paula, a Backer não fez nenhum tipo de boletim
de ocorrência contra um ex-funcionário, que teria ameaçado o supervisor após
ser demitido. "O gerente da Backer fez, mas isso diz respeito a algo pessoal.
Não tem nada a ver com a cervejaria", afirmou.
Ela reforçou a inocência da cervejaria e disse que em hora
nenhuma a Backer se negou a entregar ou a esclarecer fatos para as autoridades.
"Tudo está sendo uma surpresa assustadora para todos nós".
Ao ser questionada sobre as famílias prejudicadas por causa
da cerveja Belorizontina, Paula falou que todas elas serão contactadas a partir
desta terça-feira. "Tem uma pessoa que vai entrar em contato com essas
pessoas".
Nova
vistoria na fábrica
A coletiva foi realizada no momento em que a Polícia Civil e
equipes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estavam
na cervejaria, no bairro Olhos D'Água. As equipes realizavam uma inspeção no
tanque 10, onde, segundo Paula, era produzida a Belorizontina e o reservatório
de monoetilenoglicol, que foi lacrado.
O Ministério da Agricultura determinou, nesta segunda, que
todas as cervejas da marca sejam recolhidas e que seja suspensa a venda de
produtos. A medida é válida para qualquer rótulo da cerveja, além dos chopes,
fabricado entre outubro de 2019 e janeiro de 2020.
De acordo com o Mapa, foram apreendidos 139 mil litros de
cervejas já engarrafadas e 8 mil litros de chope na última sexta-feira (10). Na
ocasião, a fábrica foi interditada. O restaurante da cervejaria, na mesma área,
funcionou normalmente durante o fim de semana.
Nesta segunda-feira (13), a Polícia Civil divulgou, em
entrevista coletiva, que mais um lote da cerveja Belorizontina, o 1354 linha 2,
também está contaminado com dietilenoglicol, substância tóxica que pode ter
relação com os sintomas de insuficiência renal e alterações neurológicas
apresentadas pelos pacientes internados com a síndrome nefroneural.
A Polícia Civil disse que, dos pacientes internados, quatro
tiveram resultado positivo nos exames de sangue para a presença do
dietilenoglicol.
Com informações: G1 -BH
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