GENEBRA — A Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou nesta
quinta-feira emergência de saúde pública de interesse internacional por conta
do surto do coronavírus, que já deixou 170 mortos na China e 8.100 infectados.
É a sexta vez que a entidade aciona o dispositivo desde a criação do mecanismo,
em 2005.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou
que a mudança de posicionamento do órgão se deu pelo crescimento de casos de
coronavírus fora da China. O vírus já infectou 98 pessoas em 18 países.
Alemanha, EUA, Japão e Vietnã registraram transmissões de pessoas para pessoas,
ou seja, alguém que viajou para a China e importou o vírus o transmitiu para
outra pessoa de seu convívio.
Tedros elogiou os esforços da China para tentar conter a
propagação do vírus.
Há uma semana, pesquisadores haviam decidido que "não
era hora" de declarar o coronavírus como emergência global. Na ocasião, o
diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, admitiu que houve uma divisão
no painel de 16 especialistas independentes formado para analisar o avanço do
coronavírus.
O encontro chegou a ser prolongado por falta de consenso.
Dessa vez, a OMS entendeu que a conjuntura da disseminação do coronavírus
dentro e fora na China justifica a nova medida.
Ghebreyesus enfatizou que a declaração não é um sinal de
desconfiança em relação à capacidade da China de conter a crise, mas uma reação
à disseminação do coronavírus em outros países.
Ele aproveitou a coletiva de imprensa para agradecer aos
esforços dos profissionais das redes de saúde da China, que têm trabalhado
"24 horas por dia e sete dias por semana". O diretor-geral da OMS
fez, ainda, um apelo para que as fake news sobre a crise sejam combatidas para
evitar a desinformação.
Fonte: O Globo