O governador João Doria (PSDB) anunciou a prorrogação da
quarentena no estado de São Paulo por causa da pandemia de coronavírus até o
dia 10 de maio. Essa já é a segunda prorrogação da quarentena que teve início
no dia 24 de março nos 645 municípios do estado. O estado registra 853 mortes
provocadas pela Covid-19 e 11.568 casos confirmados de contaminação.
"Até o dia 10 de maio, domingo, está prorrogada a
decisão no estado de São Paulo, valendo a prorrogação para os 645 municípios do
estado de São Paulo. A prorrogação foi amparada pelo Grupo de Contingência da
Covid-19, um comitê médico composto por 15 membros, são especialistas, eles que
orientam todas as decisões tomadas pelo governo do estado de São Paulo e também
da Prefeitura de São Paulo", afirmou Doria.
O término da quarentena estava previsto para o dia 22 de abril.
O governo também deve endurecer as regras durante a quarentena. Os detalhes
serão divulgados no início da tarde desta sexta-feira (17) durante coletiva de
imprensa no Palácio dos Bandeirantes, na Zona Sul de São Paulo.
A medida obriga o fechamento do comércio e mantém apenas os
serviços essenciais, como nas áreas de Saúde e Segurança.
A prorrogação da quarentena ocorreu devido ao número
crescente de casos de contaminação e de mortes registradas, além do baixo
índice do isolamento social da população, que está em 50%, de acordo com o
sistema de monitoramento que utiliza sinais de celulares para saber se as
pessoas estão em casa e localizar aglomerações. O governo diz que a taxa ideal
para tentar impedir o avanço da doença é de 70%.
Poderão continuar funcionando na quarentena:
Hospitais, clínicas, farmácias e clínicas odontológicas;
Transporte público, táxis e aplicativos de transporte;
Transportadoras e armazéns;
Empresas de telemarketing;
Petshops;
Deliverys;
Supermercados, mercados, açougues e padarias*;
Limpeza pública;
Bancas de jornais;
Bancos, lotéricas e correspondentes bancários;
Postos de combustível;
Fábricas.
*padarias não poderão permitir o consumo no estabelecimento.
Portas fechadas:
Comércio;
Bares;
Restaurantes;
Cafés;
Casas noturnas;
Shopping centers e galerias;
Academias e centros de ginástica;
Espaços para festas, casamentos, shows e eventos;
Escolas públicas ou privadas.
*Bares, cafés e restaurantes podem manter o funcionamento em
sistema de delivery e/ou drive thru.
O infectologista David Uip, coordenador do Centro de
Contingência contra o Coronavírus no estado de São Paulo, disse nesta manhã que
o planejamento contra a doença começou em fevereiro e que o pico deve ser em
maio. "As curvas de ascensão estão dentro do esperado e até de uma forma
melhor do que nós imaginávamos porque nós entendemos que com esse
distanciamento social foi possível achatar, em um primeiro momento, a curva de
ascensão e diminuir o número de infectados. Nós estamos esperando que esse pico
aconteça e o desafio é que não seja um pico Monte do Everest e sim de um
montanha", afirmou. "Nós estamos na ascensão da curva, mas que semana
de maio vai se dar o pico, nós ainda estamos trabalhando os dados."
De acordo com ele, o vírus está concentrado na região
metropolitana de São Paulo. Uip reforçou a necessidade do isolamento social
para diminuir os impactos nas unidades de saúde, especialmente da rede pública.
"A população precisa estar convencida que o distanciamento é absolutamente
fundamental. Primeiro, porque você melhora diminuindo o índice de
transmissibilidade, depois você diminui o índice de doença, mas
fundamentalmente você consegue impactar menos daqueles 20% de pacientes que
precisarão ser internados e dos 5% que vão para as UTIs."
O estimativa é que 1% da população do estado de São Paulo
seja contaminada, o que corresponde a 450 mil pessoas. "450 mil infectados
você trabalha com percentuais de indivíduos assintomáticos, a grande maioria,
acima de 50% serão assintomáticos e nem procurarão o sistema de saúde. 20%
terão doença e vão precisar ser atendidos em hospitais e desses, 5%
necessitarão de UTI. Então, com esses números nós planejamos a necessidade de
leitos", afirmou Uip.
O infectologista voltou a dizer que a demora para obtenção
dos resultados dos testes foi a falta de insumos. Do total de pacientes
internados com sintomas de coronavírus em São Paulo, 61% não possuem exame
confirmado de Covid-19. São 6.193 internações nas Unidades de Terapia Intensiva
(UTI) e enfermarias do estado. Desse total, 2.379 pacientes tiveram exame
positivo para a doença, enquanto outros 3.814 ainda são considerados suspeitos.
O secretário da Saúde, José Henrique Germann, afirmou que a
fila ainda é de aproximadamente 13 mil nesta quinta. “A respeito do número de
teste, na data de hoje foram recebidas 1.741 novas amostras. E foram
processadas 1.589. Estão em análise 12.958”, disse Germann.
Mortes
O número de mortes por coronavírus no estado de São Paulo
subiu para 853 nesta quinta-feira (16), segundo a Secretaria Estadual de Saúde.
Já são 11.568 casos confirmados da doença no estado. Em 24 horas, foram 75
novas mortes e 525 novos casos confirmados da infecção.
As mortes por coronavírus atingiram 83 municípios do estado,
segundo a secretaria. A capital paulista registra o maior número de óbitos
confirmados, chegando a 603, segundo os números estaduais.
"Apenas 26% das pessoas que morreram até agora em São
Paulo têm menos de 60 anos e, neste grupo mais jovem, a maioria das mortes está
associada a comorbidades", disse o diretor do Instituto de Infectologia
Emílio Ribas, Luiz Carlos Pereira Junior.
Entre as vítimas fatais, 507 são homens e 346 mulheres. Os
óbitos continuam concentrados em pacientes com 60 anos ou mais, totalizando
79,3% das mortes.
De acordo com a secretaria, os casos confirmados de pacientes
internados em UTIs de São Paulo chegaram a 1.115 nesta quinta-feira. Nas
enfermarias são 1.264 pacientes.
O boletim diário da pasta afirma que o estado tem registrado
a média de ao menos 100 novas internações diárias.
Entre os casos ainda suspeitos, 2.393 pacientes estão em
observação em enfermarias de hospitais no estado, enquanto outros 1.421 estão
em UTIs.
Sistema sobrecarregado
A taxa de ocupação das UTIs dos hospitais mais procurados na
capital varia de 80%, percentual registrado no Hospital Geral da Carapicuíba, a
93%, valor verificado na UTI do Hospital Emílio Ribas, segundo a Secretaria
Estadual da Saúde.
Também foram divulgadas as taxas de outros hospitais da
capital com grande ocupação de leitos em UTI e enfermaria.
Maiores taxas de ocupação de UTI:
Hospital Emílio Ribas: 93%
Hospital Geral de Pedreira: 93%
Hospital Geral Vila Nova Cachoeirinha: 86%
Hospital das Cínicas: 83%
Hospital Geral de Carapicuíba: 80%
Hospital Geral Santa Marcelina do Itaim Paulista: 80%
"A taxa de ocupação de leitos tem oscilado diariamente,
e também durante o dia. [ No Emílio Ribas] tivemos ontem um óbito e duas altas.
Essa taxa de ocupação então oscilou de 100% para 93% hoje. Quando os leitos
vagam, eles são disponibilizados para a Central de Regulação dos Serviços de
Saúde, que vai direcionar novos casos para ocupar esses três leitos.
Eventualmente esse movimento demora até 12 horas", afirma o diretor do
Instituto de Infectologia Emílio Ribas, Luiz Carlos Pereira Junior.
Com informações do G1
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