Os testes foram feitos de forma randomizada com 76 pessoas em hospitais russos, com idades de 18 a 60 anos, que praticaram o distanciamento social a partir do momento que se voluntariaram para os testes e ficaram no hospital por até 28 dias.
A publicação afirma que a vacina não causou nenhum efeito colateral grave em 42 dias após a vacinação e conseguiu induzir a resposta dos anticorpos em todos os participantes em até 21 dias.
A vacina teve duas fases pequenas de 42 dias — uma delas estudou uma formulação congelada e a outra uma versão desidratada da vacina. O que foi descoberto é que a vacina congelada é melhor para ser produzida em larga escala e preencher os estoques globais, enquanto a segunda opção é melhor para regiões de difícil alcance.
A vacina russa é baseada no adenovírus humano fundido com a espícula de proteína em formato de coroa que dá nome ao coronavírus.
“Quando vacinas de adenovírus entram nas células humanas, elas passam o código genético da espícula do SARS-CoV-2, o que faz com que as células produzam, por si só, as proteínas necessárias. Isso ajuda o sistema imune a reconhecer e atacar o vírus”, explicou o Dr.Denis Logunov à The Lancet.
No mês passado a Rússia foi o primeiro país a registrar uma vacina contra o coronavírus no mundo, apesar da desconfiança global causada pela falta de estudos que comprovassem a eficácia da proteção. Também em agosto, o país informou que promoverá uma vacinação em massa já em outubro deste ano.
Para uma vacina ou medicação ser aprovada e distribuída, ela precisa passar por três fases de testes. A fase 1 é a inicial, quando as empresas tentam comprovar a segurança de seus medicamentos em seres humanos; a segunda é a fase que tenta estabelecer que a vacina ou o remédio produz, sim, imunidade contra um vírus, já a fase 3 é a última fase do estudo e tenta demonstrar a eficácia da droga.
Uma vacina é finalmente disponibilizada para a população quando essa fase é finalizada e a proteção recebe um registro sanitário. Por fim, na fase 4, a vacina ou o remédio é disponibilizado para a população.
Com isso, as medidas de proteção, como o uso de máscaras, e o distanciamento social ainda precisam ser mantidas. A verdadeira comemoração sobre a criação de uma vacina deve ficar para o futuro, quando soubermos que a imunidade protetora realmente é desenvolvida após a aplicação de uma vacina. Até o momento, nenhuma situação do tipo aconteceu.
*Com informações de Exame.
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