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Portadores da Síndrome de Down desenvolvem trabalho valioso na Santa Casa de Piracicaba

 

 

Com a certeza de que promover a inclusão social ajuda a romper barreiras e preconceitos, a Santa Casa de Piracicaba reverencia o Dia Internacional da Síndrome de Down, 21 de março, evidenciando o trabalho desempenhado pelas funcionárias Rosiane Maria Trevisan, 51, e Rafaela Camolesi, 29.

Elas são portadoras da Síndrome de Down e atuam na CME (Central de Materiais Esterilizados), sob a supervisão da coordenadora de setor, Enfª Valéria Assiz.



Rosiane tem quatro anos de casa e Rafaela, dez. Elas auxiliam a preparar o enxoval cirúrgico que vem da Lavanderia, ajudando a conferir e a inspecionar as roupas para verificar se há sujidade ou rasgos. “Depois disso, elas finalizam fazendo a dobradura de forma correta e a embalagem dessas roupas que, depois são encaminhadas pelas técnicas de enfermagem para o processo de esterilização e acondicionamento”, explica a coordenadora.

Segundo Valéria, as funcionárias são treinadas e instruídas diariamente para executar suas funções de forma supervisionada com base nas metas estabelecidas para aquele dia. “Elas são dedicadas, caprichosas, comprometidas com os processos e, por isso, fazem tudo com perfeição”, revela Valéria, lembrando que elas são muito queridas pela equipe, que reúne 27 profissionais.



O bom desempenho no Hospital se repete em casa. A mãe de Roseane, Maria Pasqualina Gandelini, 77, conta que a filha é muito caprichosa e, quando não está no hospital, ela faz crochê, pintura em guardanapos e ainda ajuda a cuidar da casa e a passar roupas. “As pessoas ficam encantadas quando entram no quarto da Roseane; não tem nada fora do lugar”, disse a mãe, lembrando que ela fez também cursos de datilografia e informática.

Roseane chegou na Santa Casa com a experiência de 11 anos de atuação no setor de farmácia de outro hospital e garante que aprendeu bem o ofício de dobrar roupas na CME. “Ajudo a fazer isso em casa também”, contou.



O capricho, disciplina e organização de Rafaela também impressionam. Segundo sua mãe, Ivanilde Camolesi, 73, ela é independente em praticamente todas as ações e cuida muito bem de si mesma e também da casa, que ela ajuda a manter em ordem. “A Rafaela é bem ativa e, antes da pandemia, fazia academia e aula de zumba”, contou sua mãe.

Rafaela conta que se sente em casa na Santa Casa, onde ela é conhecida por todos. “Eu me sinto bem e feliz ajudando a equipe”, disse.

As funcionárias Rafaela (esq) e Roseane (dir) trabalham juntas sob a supervisão da coordenadora de setor, Enfª Valéria Assiz


Potencial de trabalho


Segundo a coordenadora do Setor de Recrutamento e Seleção da Santa Casa, Juliana Bortolazzo, a Instituição busca funcionários com potencial de trabalho. “Encontramos nessas meninas o perfil de assiduidade, responsabilidade e comprometimento; e isso torna o período em que estão conosco muito gratificante e produtivo”, considerou.

Juliana esclarece que a contratação de Rosiane e Rafaela é resultado do Projeto de Inclusão de Pessoas com Deficiência, que vigora na Instituição desde 2002. “Atualmente 65 pessoas com deficiência são funcionários da Santa Casa; duas delas com Síndrome de Down”, explica.

Para manutenção do Projeto, a Santa Casa conta com o apoio e parceria do Espaço Pipa, Centro Reabilitação, APAE (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) e instituição Passo a Passo, além do apoio de psicólogos autônomos que acompanham a evolução desses funcionários no ambiente de trabalho.







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