Aplicativo deve agilizar pré-cadastro de doadores de medula óssea - Já foram feitos 13.021 downloads
O Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea
(Redome), coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da
Silva (Inca), apresenta neste sábado (18), no Rio de Janeiro, um novo
aplicativo que vai agilizar a atualização de dados de doadores e facilitar o
pré-cadastro de interessados na doação de órgãos.
O aplicativo está disponível para celulares com sistema iOS e
Android. A apresentação do aplicativo faz parte da comemoração do Dia Mundial
do Doador de Medula Óssea 2021 (WMDD, do nome em inglês) que, este ano, será
festejado hoje.
Desde janeiro deste ano, o aplicativo está sendo usado em
caráter experimental para pré-cadastro de novos inscritos no Redome nos estados
do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Ceará.
A coordenadora técnica do Redome, médica Danielli Oliveira,
destacou em entrevista à Agência Brasil que, para funcionar como pré-cadastro
em nível nacional, o hemocentro estadual tem que fazer o cadastro também usando
os dados do aplicativo. “A gente está
convocando os nossos hemocentros para que
entrem no aplicativo. Ele não é obrigatório”, afirmou.
Danielli observou que o aplicativo já permite a atualização
de dados pessoais daqueles que estão há mais tempo no registro, como mudança de
telefone e endereço, o que é fundamental para a rápida localização do doador
compatível.
Redome
Atualmente, estão cadastrados no Redome 5,4 milhões de
doadores, dos quais 120 mil entraram este ano. Em 2021, até agosto passado,
foram feitos no Brasil 200 transplantes de medula óssea, sendo 140 com doadores
brasileiros. Danielli salientou também que o banco de doadores do Brasil
beneficiou este ano em torno de 20 pacientes de outros países.
A coordenadora técnica do Redome informou, também, que a
atividade de transplante este ano está maior do que em 2020, quando sofreu
impactos da pandemia de covid-19. Salientou, entretanto, que “o impacto não foi
sobre os doadores, mas sobre os serviços. Os pacientes ficaram com medo de
transplantar, os hospitais ficaram muito afetados. Isso aconteceu este ano
também. Os doadores, apesar de todas as restrições, continuaram doando”,
explicou.
Danielli admitiu que, este ano, o programa de transplantes de
medula óssea no Brasil não será capaz de recuperar o ritmo de 2019. A meta é superar
o total registrado em 2020. “Eu gostaria que passasse de 300 este ano”, frisou
a médica do Inca/Redome. A expectativa é que os números melhorem ainda mais com
a ampliação do uso do aplicativo por doadores de todo o Brasil.
Empatia
Moradora da cidade de Fernandópolis, interior de São Paulo,
Lilian Alves de Lima, 34 anos, foi diagnosticada com leucemia mieloide aguda em
dezembro de 2019. Ela precisava de um transplante de medula óssea, porém,
ninguém da família era compatível. Com alguns meses de espera, uma doadora foi
localizada por meio do Redome e aceitou fazer o procedimento.
Campanha
2021
A Associação Mundial de Doadores de Medula Óssea (WMDA, do
nome em inglês World Marrow Donor Association) vai celebrar o Dia Mundial do
Doador, neste sábado, com transmissão, durante 24 horas, de vídeos e fotos de
homenagens e histórias inspiradoras de doadores, pacientes e familiares de todo
o mundo. Por conta da pandemia, o Redome não fará nenhum evento presencial, mas
enviou um vídeo à WMDA e está convocando toda a sua rede de hemocentros, centros
de transplante e organizações não governamentais (ONGs), além de pacientes e
doadores, para participar da campanha. A WMDA é uma organização global de
registros, que representa mais de 38 milhões de doadores voluntários de 55
países. *Agência Brasil.
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