Sob efeito da La Niña, primavera começa hoje - Fenômeno deve afetar regularidade das chuvas em várias regiões
A primavera começa, oficialmente, hoje (22) à tarde no
hemisfério Sul. Segundo especialistas, o chamado Equinócio de Primavera terá
início às 16h21 desta quarta-feira e terminará às 12h59 de 21 de dezembro. O
equinócio é a época em que a luz solar atinge os dois hemisférios do planeta
com a mesma intensidade, fazendo com que os dias e noites tenham as mesmas 12
horas de duração, e ocorre também no outono.
É graças ao acúmulo de conhecimentos em Astronomia
Fundamental, ou Astrometria, que os especialistas conseguem calcular, com
tamanha exatidão, o instante em que o fenômeno sazonal acontece, conforme
explicou à Agência Brasil o astrônomo Marcelo De Cicco.
"Temos,
hoje, equações e métodos computacionais que nos permitem calcular o exato
movimento da Terra com precisão de décimos de segundos. Considerando a
inclinação do eixo da Terra e o fato de que a órbita terrestre ao redor do Sol
não é perfeitamente circular, é possível determinar o dia e a hora exata dos
equinócios e dos solstícios [época em que a distribuição da luminosidade solar
ao redor do globo não é uniforme, ou seja, no Verão e no Inverno]”, explicou
à Agência
Brasil o pesquisador do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (Inmetro) e astrônomo ligado ao Observatório Nacional.
Para especialistas do Instituto Nacional de Meteorologia
(Inmet), o fenômeno será de curta duração e não muito intenso. Ainda assim,
deve afetar a regularidade das chuvas em várias regiões. “Estamos esperando [a
ocorrência do] La Niña durante a primavera, mas deverá ser de curta duração e
não muito intenso”, disse, ontem (21), a coordenadora de Meteorologia Aplicada,
Desenvolvimento e Pesquisa do Inmet, Márcia dos Santos Seabra, durante evento
virtual sobre as perspectivas climáticas para a estação.
No boletim meteorológico que divulgou na última segunda-feira
(20), o Inmet prevê, para os próximos dias, a volta das chuvas em parte da
Região Centro-Oeste – sobretudo no centro-norte do Mato Grosso e no
centro-oeste de Goiás. Não há, contudo, previsão de chuva antes do dia 6 de
outubro em Matopiba, área que compreende os estados do Maranhão, Tocantins,
Piauí e Bahia e que é um importante celeiro agrícola nacional.
Ainda de acordo com o Inmet, mesmo que voltando a chover em
parte da região Centro-Oeste, as temperaturas mínimas tendem a subir nos
próximos dias, principalmente em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Já na
Região Norte, as menores temperaturas vão variar entre 22°C e 28°.
Por outro lado, até o próximo dia 27, as temperaturas mais
baixas devem ocorrer nas regiões Sul e Sudeste, entre hoje e amanhã (23). Na
Região Sul, os termômetros podem cair abaixo dos 8°C em algumas localidades de
Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, enquanto no Sudeste, as menores
temperaturas devem se concentrar em áreas do sudeste de Minas Gerais,
centro-leste de São Paulo e em alguns pontos do Rio de Janeiro, onde devem
atingir os 16°C.
“Nossa
expectativa é de temperaturas acima da média em praticamente todo o país, salvo
algumas regiões, como o centro-sul de Mato Grosso do Sul e o noroeste do Pará.
Quanto às chuvas, também esperamos [precipitação] acima da média em algumas
áreas, principalmente no centro-sul, norte e uma pequena faixa da região
Centro-Oeste do país. Mas após vários períodos úmidos com chuvas abaixo da média,
não será um único período acima da média que resolverá a situação", declarou o
meteorologista Filipe Pungirum ao podcast O Clima Entre Nós, produzido pela
própria Climatempo.
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