Brasil é o quinto maior produtor de lixo eletrônico - Pesquisa Resíduos Eletrônicos no Brasil foi divulgada hoje
Fones de ouvido, pilhas, celulares, eletrodomésticos. Todos
esses utensílios, quando deixam de funcionar e não são mais aproveitados, viram
lixo eletrônico. O Brasil é o quinto maior gerador desse lixo no mundo. Mesmo
assim, muita gente ainda não sabe o que é esse tipo de resíduo e como ele deve
ser descartado para evitar danos ao meio ambiente e à saúde humana.
As informações são da pesquisa Resíduos eletrônicos no Brasil
- 2021, divulgada hoje (7) pela Green Eletron, gestora sem fins lucrativos de
logística reversa de eletroeletrônicos e pilhas. O estudo foi conduzido pela
Radar Pesquisas.
A maior parte dos brasileiros (87%) já ouviu falar em lixo
eletrônico, mas um terço (33%) acredita que esse lixo está relacionado ao meio
digital, como spam, e-mails, fotos ou arquivos. Para outros 42% dos brasileiros
lixo eletrônico são aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos quebrados e 3%
acreditam que são todos os aparelhos que já viraram lixo, ou seja, apenas os
que foram descartados, inclusive aqueles que acabam incorretamente em aterros
ou na natureza.
A pesquisa também especificou alguns produtos para saber se
as pessoas os reconheciam como lixo eletrônico. Mais de 90% acreditam que
celulares, smartphones, tablets, notebooks, pilhas e baterias são lixo
eletrônico e estão corretos.
Houve, no entanto, muitas respostas erradas: 51% não acham
que lâmpadas comuns, incandescentes e fluorescentes são lixo eletrônico; 34%
acreditam que lanternas não são lixo eletrônico; e 37% acreditam que balanças
não são lixo eletrônico. Na verdade, todos esses objetos são lixo eletrônico.
O conceito de Resíduo de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos
(REEE) é todo produto elétrico ou eletrônico que descartado por não ter mais
utilidade. Inclui grandes equipamentos como geladeiras, freezers, máquinas de
lavar; pequenos equipamentos como torradeiras, batedeiras, aspiradores de pó,
ventiladores; equipamentos de informática como computadores e celulares; e
pilhas e baterias.
Descarte
O descarte incorreto de lixo eletrônico é considerado um
problema, pois os componentes químicos podem ser prejudiciais ao meio ambiente
e à saúde humana.
Anualmente, mais de 53 milhões de toneladas de equipamentos
eletroeletrônicos e pilhas são descartadas em todo o mundo, segundo o The
Global E-waste Monitor 2020. Na outra ponta, o número de dispositivos, no
mundo, cresce cerca de 4% por ano. Apenas o Brasil descartou, em 2019, mais de
2 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos, sendo que menos de 3% foram
reciclados, de acordo com o relatório desenvolvido pela Universidade das Nações
Unidas.
A maioria (87%) disse guardar algum tipo de eletroeletrônico
sem utilidade em casa. Mais de 30% fica com eles por mais de um ano.
Ao todo, foram entrevistadas para o estudo 2.075 pessoas de
18 a 65 anos, entre os dias 14 e 24 de maio de 2021. A pesquisa foi feita no
Distrito Federal e em 13 estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais,
Espírito Santo, Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa
Catarina, Pará, Goiás e Mato Grosso do Sul.
O que diz a
lei
No Brasil, a destinação correta do lixo eletrônico está
prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) e é
regulamentada pelo Decreto Federal 10.240/2020. Este dispositivo define metas
para os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes sobre a
quantidade de pontos de Entrega Voluntária (PEV) que devem ser instalados, o
número de cidades atendidas e o percentual de aparelhos eletroeletrônicos a
serem coletados e destinados corretamente.
Pelo decreto, as empresas devem, gradualmente, até 2025,
instalar PEVs nas 400 maiores cidades do Brasil e coletar e destinar o
equivalente em peso a 17% dos produtos colocados no mercado em 2018, ano
definido como base.
*Agência Brasil
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