Construção Civil: Sindicato relata falta de mão de obra na região de Campinas - Aumento da falta de mão de obra chegou a 12% em outubro.
A pandemia da Covid-19 mudou a realidade de grandes empresas
da construção civil na região de Campinas (SP).
Trabalhadores da área como pedreiros, mestres de obra e
serralheiro, demitidos no início da crise sanitária, encontraram uma saída
trabalhando por conta, e as ofertas de trabalho que surgiram no período os
afastaram das grandes obras.
Com isso, construtoras e incorporadoras relatam aumento da
falta de mão de obra, que chegou a 12% em outubro.
"Essa
mão de obra que há um ano e meio foi mandada embora por falta de obra, ela
entrou no mercado informal. Ela foi fazer a sua casinha, ela foi fazer a
garagem do vizinho. Então, essa mão de obra, ela se qualificou dentro do
mercado dela, do seu bairro, às vezes, inclusive, e ganhou bastante nesse
tempo. Então, a volta do mercado para a indústria da construção não está
acontecendo, ela está preferindo ficar no seu pequeno emprego ou na sua pequena
empresa que ela formou", avalia Márcio Benvenutti, diretor
regional do Sinduscon.
Segundo Benvenutti, de setembro para outubro, o item
"falta de mão de obra" aumento de 6% para 12% na maioria dos
empresários do setor. "Aumentou o dobro da preocupação dessa área, que
está acontecendo muito no estado todo", completa.
O serralheiro João Oliveira, por exemplo, trabalhou por 30
anos com carteira assinada. E durante a crise sanitária, acabou vendo surgir
serviços menores, que trouxeram mais renda com menos tempo de serviço.
Uma construtora que tem seis obras de prédios residenciais em
andamento tem necessidade de aumentar o quadro de funcionários, mas encontra
dificuldades de encontrar profissionais. Temos em torno de 300 pessoas, mas
falta aumentar 15% até o final do ano. Em médio demorava em torno de duas
semanas a um mês para recrutrar um profissional, e o tempo agora chega a dois
meses.
O sindicato que representa as indústrias do setor no estado
de São Paulo diz que trabalha para atender a demanda do setor, mas destaca que
o ritmo de formação e qualificação de novos profissionais não deve ocorrer no
ritmo desejado.
"A
quatro anos atrás a gente qualificava mais ou menos 3 mil funcionários de graça
na construção civil aqui em Campinas, entre pedreiro, carpinteiro, eletricista,
mestre de obra, e com a pandemia essa qualificação parou de ser feita porque a
gente não poderia montar isso, foi proibido, só funcionou realmente os
canteiros de obra. Com isso, essa demanda não foi executada, a qualificação
desses funcionários não teve nesses dois últimos anos, então, esse é o problema
que estamos enfrentando hoje. A previsão de retorno dessa qualificação é de
acordo com o estado de SP, da liberação", completa
Benvenutti.
Assista reportagem completa da G1/EPTV:
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