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Gravidez na adolescência aumenta o risco de problemas físicos, psicológicos e sociais


O índice de gravidez na adolescência no Brasil está acima da média mundial. Em 2020, registrou-se que, a cada mil brasileiras entre 15 e 19 anos, 53 tornaram-se mães. No mundo, são 41, conforme relatório lançado em 2021 pelo Fundo de População das Nações Unidas. Dados levantados pela controladoria da Santa Casa de Piracicaba entre os anos de 2018 a 2021 revelam que a idade mais nova em registro de partos nos últimos quatro anos foi de meninas na faixa etária de 13 anos de idade.

Partos com essa faixa etária foram realizados em 2019 (1) e 2021 (1). No mesmo período levantado, na faixa etária de 14 anos, tiveram bebês, cinco em 2018, quatro em 2019 e quatro em 2021. Essa realidade se repete em todos dos anos para adolescentes na faixa etária de 15 anos de idade que se tornaram mães, sendo 24 em 2018; nove em 2019; 13 em 2020 e 11 em 2021. Já a maioria dos registros neste período está de adolescentes de 16 e 17 anos que se tornaram mães. Aos 16 anos de idade foram 26 em 2018; 32 em 2019; 24 em 2020 e 36 em 2021. Já com 17 anos, os registros apontam 47 em 2018; 41 em 2019; 38 em 2020 e 33 em 2021.

Jenifer Eduarda Murano de Oliveira, de 17 anos, está entre as adolescentes que se tornaram mães e tiveram seus bebês na Santa Casa de Piracicaba. Henry Rafael, nasceu prematuro (32 semanas) no dia 06 de fevereiro de 2022. A mãe recebeu alta, mas o bebê precisou ficar na UTI Neonatal. “Eu namorava há 3 meses e aconteceu. Na hora só posso dizer que senti muito medo, pois tudo era assustador”, disse.

Para Juliana Murano de Oliveira, 41, a gravidez da filha chegou como um ‘balde de água fria’. “Sempre fui muito rígida, não falávamos muito sobre o assunto, eu apenas não a deixava sair de casa. Se saía, era escondida. Hoje vejo a importância de uma conversa franca. Mas agora meu neto está aí e já é o grande amor de nossas vidas”, diz a avó que fez questão de salientar que o namorado de Jenifer, Leonardo Abreu, assumiu a paternidade e que ambos já moram juntos. 


A ginecologista e obstetra da Santa Casa de Piracicaba, Milena Goes, ressalta que a gestação não planejada na adolescência ocorre dentre vários fatores, mas a falta de informação é uma justificativa constante entre as adolescentes. “As ações de prevenção devem ser sistematizadas, educativas, conscientizadoras, para que as adolescentes possam fazer suas escolhas de forma consciente e sensata”, ressalta.       

De acordo com Milena, em relação à saúde da adolescente, existe maior risco de partos prematuros, de recém-nascidos com baixo peso, de eclampsia, de transtornos mentais como a depressão, além de maior risco de morte devido a complicações decorrentes de abortos inseguros ou mesmo da gravidez e do parto. “O grupo de maior risco são as adolescentes menores de 15 anos. Outros fatores de risco são o nível socioeconômico da adolescente, sua condição de saúde e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, pois muitas deixam até de fazer o pré-natal, que é essencial para qualquer gestante”, ressalta.

A psicóloga hospitalar da Santa Casa de Piracicaba, Paula Maia, ressalta que são muitos os desafios que uma menina pode enfrentar diante de uma gravidez inesperada na adolescência. “Além do próprio julgamento, a menina é julgada pelos familiares e pela sociedade, que geram nela sentimento de frustração e solidão, mexem demais com as emoções desta jovem, que de uma hora para outra precisa se tornar mulher. A gravidez inesperada traz com ela medos e inseguranças, ainda piores quando precisam enfrentá-los sozinha, quando o pai de seu bebê se afasta ou a abandona. Todos esses fatores podem se tornar gatilhos para o estresse, a ansiedade e a depressão, problemas estes que afetam a saúde da gestante e também podem prejudicar a formação e o desenvolvimento do bebê”, ressalta.

Para a ginecologista Milena é importante, além de diminuir a incidência da gestação precoce por meio da informação e educação, reduzir os índices de infecções sexualmente transmissíveis. “As consequências da gravidez na adolescência não são só físicas e emocionais. Ela compromete também os estudos, a formação profissional dessa mãe, o que vai prejudicar seu ingresso no mercado de trabalho. Esse é um ciclo que ser quebrado”, enfatiza.  


 

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