Partos com essa faixa etária foram realizados em 2019 (1) e
2021 (1). No mesmo período levantado, na faixa etária de 14 anos, tiveram
bebês, cinco em 2018, quatro em 2019 e quatro em 2021. Essa realidade se repete
em todos dos anos para adolescentes na faixa etária de 15 anos de idade que se
tornaram mães, sendo 24 em 2018; nove em 2019; 13 em 2020 e 11 em 2021. Já a
maioria dos registros neste período está de adolescentes de 16 e 17 anos que se
tornaram mães. Aos 16 anos de idade foram 26 em 2018; 32 em 2019; 24 em 2020 e
36 em 2021. Já com 17 anos, os registros apontam 47 em 2018; 41 em 2019; 38 em
2020 e 33 em 2021.
Jenifer Eduarda Murano de Oliveira, de 17 anos, está entre as
adolescentes que se tornaram mães e tiveram seus bebês na Santa Casa de
Piracicaba. Henry Rafael, nasceu prematuro (32 semanas) no dia 06 de fevereiro
de 2022. A mãe recebeu alta, mas o bebê precisou ficar na UTI Neonatal. “Eu
namorava há 3 meses e aconteceu. Na hora só posso dizer que senti muito medo, pois
tudo era assustador”, disse.
Para Juliana Murano de Oliveira, 41, a gravidez da filha
chegou como um ‘balde de água fria’. “Sempre fui muito rígida, não falávamos
muito sobre o assunto, eu apenas não a deixava sair de casa. Se saía, era
escondida. Hoje vejo a importância de uma conversa franca. Mas agora meu neto
está aí e já é o grande amor de nossas vidas”, diz a avó que fez questão de
salientar que o namorado de Jenifer, Leonardo Abreu, assumiu a paternidade e
que ambos já moram juntos.
De acordo com Milena, em relação à saúde da adolescente,
existe maior risco de partos prematuros, de recém-nascidos com baixo peso, de
eclampsia, de transtornos mentais como a depressão, além de maior risco de
morte devido a complicações decorrentes de abortos inseguros ou mesmo da
gravidez e do parto. “O grupo de maior risco são as adolescentes menores de 15
anos. Outros fatores de risco são o nível socioeconômico da adolescente, sua
condição de saúde e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, pois muitas
deixam até de fazer o pré-natal, que é essencial para qualquer gestante”,
ressalta.
A psicóloga hospitalar da Santa Casa de Piracicaba, Paula
Maia, ressalta que são muitos os desafios que uma menina pode enfrentar diante
de uma gravidez inesperada na adolescência. “Além do próprio julgamento, a
menina é julgada pelos familiares e pela sociedade, que geram nela sentimento
de frustração e solidão, mexem demais com as emoções desta jovem, que de uma
hora para outra precisa se tornar mulher. A gravidez inesperada traz com ela
medos e inseguranças, ainda piores quando precisam enfrentá-los sozinha, quando
o pai de seu bebê se afasta ou a abandona. Todos esses fatores podem se tornar
gatilhos para o estresse, a ansiedade e a depressão, problemas estes que afetam
a saúde da gestante e também podem prejudicar a formação e o desenvolvimento do
bebê”, ressalta.
Para a ginecologista Milena é importante, além de diminuir a incidência da gestação precoce por meio da informação e educação, reduzir os índices de infecções sexualmente transmissíveis. “As consequências da gravidez na adolescência não são só físicas e emocionais. Ela compromete também os estudos, a formação profissional dessa mãe, o que vai prejudicar seu ingresso no mercado de trabalho. Esse é um ciclo que ser quebrado”, enfatiza.
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