Manifestantes tentam invadir sede da PF e queimam veículos no DF - Protesto começou após prisão decretada por ministro do STF
Agência Brasil |
Manifestantes tentaram invadir a sede da Polícia Federal em
Brasília após a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, decretada pelo
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e iniciaram um protesto
que, por volta das 22h de segunda-feira (12), resultou no fechamento do Setor
Hoteleiro Norte e de parte do Eixo Monumental, segundo informou a assessoria de
imprensa da Polícia Militar.
Segundo a PM, os manifestantes colocaram fogo em carros e
ônibus. Inicialmente a tentativa de invasão na PF foi controlada por unidades
da Polícia Militar que estavam no local, mas o protesto cresceu e ainda não
terminou. A assessoria informou que, além das unidades locais, foram acionadas
as equipes táticas, o Batalhão de Choque e a equipe de operações especiais para
controlar a situação.
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não esteve em
risco em nenhum momento em função das manifestações, informou o futuro ministro
da Justiça, Flávio Dino, em uma coletiva noite desta segunda-feira.
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal
(SSP/DF) informou, por meio de nota, que as forças de segurança reforçaram a
atuação em toda área central de Brasília "para controle de distúrbios
civis, do trânsito e de eventuais incêndios. As ações começaram em frente ao
edifício-sede da Polícia Federal (PF), em decorrência do cumprimento de mandado
de prisão, e se estenderam para outros locais da região central."
Segundo a nota, o trânsito de veículos na Esplanada dos
Ministérios, na Praça dos Três Poderes e outras vias da região central está
restrito, como medida preventiva. A recomendação é que os motoristas evitem o
centro da cidade.
"Destacamos, por fim, que as imediações do hotel em que
o presidente da república eleito está hospedado tem vigilância reforçada por
equipes táticas e pela tropa de choque da Polícia Militar do Distrito
Federal", informou a secretaria.
Prisão
O STF divulgou que José Acácio Serere Xavante é acusado de
“condutas ilícitas em atos antidemocráticos”. A prisão foi solicitada ao
Supremo pela
Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo prazo de dez dias para
garantir a ordem pública.
Conforme a decisão, o cacique Serere, como é conhecido, teria
realizado nos últimos dias “manifestações de cunho antidemocrático” em frente
do Congresso Nacional, no Aeroporto de Brasília, em um shopping e em frente ao
hotel onde o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, está hospedado.
Para a PGR, o cacique “vem se utilizando da sua posição de
cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas” para
cometer crimes, como ameaças de agressão contra Lula e ministros do STF.
A Polícia Federal informou, por suas redes sociais, que
cumpriu a ordem de prisão expedida por Alexandre de Moraes e que Serene Xaxante
foi preso e "encontra-se acompanhado de advogados e todas as formalidades
relativas à prisão estão sendo adotadas nos termos da legislação,
resguardando-se a integridade física e moral do detido." A PF também
informou que os distúrbios que aconteceram nas imediações do Edifício-Sede da
Polícia Federal "estão sendo contidos com o apoio de outras forças de
Segurança Pública do Distrito Federal (PMDF, CBMDF e PCDF)."
Repercussão
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres,
disse, pelas redes sociais, que, desde o início das manifestações, o
ministério, por meio da Polícia Federal, "manteve estreito contato com a
Secretaria de Segurança Pública do DF e com o governo do Distrito Federal a fim
de conter a violência e restabelecer a ordem. Tudo será apurado e
esclarecido". Segundo Torres, a situação está se normalizando.
Em uma segunda postagem, Torres disse que "nada
justifica as cenas lamentáveis que vimos no centro de Brasília". "A
Capital Federal tradicionalmente é palco de manifestações pacíficas e ordeiras.
E seguirá sendo!". Ele agradeceu o empenho da Secretaria de Segurança
Pública do DF e do governo do Distrito Federal por todo apoio à Polícia
Federal. Segundo o ministro, "tudo será apurado".
Pelas redes sociais, o futuro ministro da Justiça, Flávio
Dino, condenou os protestos. “Inaceitáveis a depredação e a tentativa de
invasão do prédio da Polícia Federal em Brasília. Ordens judiciais devem ser
cumpridas pela
Polícia Federal. Os que se considerarem prejudicados devem
oferecer os recursos cabíveis, jamais praticar violência política”, declarou.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também
pelas redes sociais, definiu como absurdos os atos de vandalismos acontecidos
na noite desta segunda-feira em Brasília "feitos por uma minoria
raivosa". "A depredação de bens públicos e privados, assim como o
bloqueio de vias, só servem para acirrar o cenário de intolerância que
impregnou parte da campanha eleitoral que se encerrou." Pacheco
acrescentou que as "forças públicas de segurança devem agir para reprimir
a violência injustificada com intuito de restabelecer a ordem e a tranquilidade
de que todos nós precisamos para levar o país adiante."
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