Último preso da Lava Jato, Sérgio Cabral deixa a cadeia após seis anos - Cabral deve cumprir prisão domiciliar em um apartamento no bairro de Copacabana; decisão do ministro Gilmar Mendes beneficiou o ex-mandatário
O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, deixou a
Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, no início da noite de
segunda-feira, 16. Agora, o político irá cumprir prisão domiciliar em um
apartamento da família em Copacabana, na zona sul do Rio.
Sua saída ocorre após uma decisão do Supremo Tribunal Federal
(STF) de que o político poderia ser solto. Por 3 votos a 2, os magistrados
entenderam que houve excesso no prazo na prisão preventiva do ex-governador,
fato que levou à sua soltura.
O entendimento do Supremo ocorre em relação à prisão de
Cabral na Operação Calculite, realizada em novembro de 2016 e que manteve o ex-governador
no presídio desde então. Na ocasião, houve a acusação de um pagamento de R$ 2,7
milhões de propina por executivos da Andrade Gutierrez a Cabral por obras
realizadas no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Pelo caso, o
político foi condenado a 14 anos e 2 meses de prisão.
O ministro Gilmar Mendes concedeu o voto de desempate na
última sexta-feira, 16. Após a data, a Corte emitiu um ofício À Justiça do
Paraná para que a mesma pudesse requisitar a liberação do detento ao poder
judiciário carioca.
No período em que esteve recluso, Cabral acumulou cinco
mandados de prisão, com 37 ações penais – sendo duas sem relação com a Lava
Jato – e 24 condenações. Somadas, as penas ultrapassam os 400 anos de prisão.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), as investigações dão conta de
que haviam cerca de R$ 300 milhões em contas no exterior sendo usadas em nomes
de laranjas, além de pedras preciosas e joias adquiridas através de lavagem de
dinheiro e utilizadas por familiares.
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