Comemoração da Virada de Ano acaba em confronto entre populares e polícia na praça central em Conchal; O F5 conversou com dezenas de testemunhas, com a PM, GCM e com o delegado de polícia titular do município; veja o que dizem
A comemoração da virada de ano acontecida de sábado (31),
para domingo (01), na praça central de Conchal (SP), terminou em confronto
entre a polícia e populares que estavam presentes. A confusão acabou refletido
em pessoas que só estavam pelo local à passeio, não tendo nada a ver com os
motivos que causaram o tumulto.
Este ano, a festa oficial de virada realizada pela prefeitura
do município aconteceu em outro local, na avenida Nelson Cunha (av. da rodoviária),
porém, grande parte da população preferiu comemorar na praça da fonte, área central.
De acordo com informações fornecidas pela prefeitura, a
mudança de endereço se fez necessário por conta de centenas de reclamações de
moradores da área central, que não suportavam mais o barulho de provocado por
carros com som ou por populares que levam suas caixas portáteis.
Bares nas proximidades também foram proibidos de realizarem
eventos com som alto, isso por conta de denúncias que foram encaminhadas para o
Ministério Público que, por sua vez, exigiu providências da prefeitura. Para se
ter ideia da situação que envolve as denúncias, nem mesmo um dos
estabelecimentos próximos a praça, que era visto com privilegiado por ter como
um dos proprietários, um membro da família do prefeito da cidade, também não
pode mais realizar eventos.
Não existe nenhuma proibição quanto a cidadãos frequentarem o
local (praça da fonte), e nem pode ter, pois o local é público, porém não é
permitido som, e durante a madrugada a lei do silêncio deve prevalecer.
A Virada
Durante todo o domingo o F5 fez contato com dezenas de
pessoas que estavam no local (praça da fonte), na madrugada em que os fatos
ocorreram.
Iremos preservar os nomes das testemunhas reportando aqui, apenas
o depoimento de algumas delas, pois todos os depoimentos são semelhantes. Perguntamos
a todas as pessoas, o que elas viram naquela madrugada referente a confusão generalizada?
Uma das testemunhas nos escreveu, dizendo o seguinte:
“Olha Gean,
eu estava no meio, só vi polícia atirando msm [mesmo]. Ai começaram a tacar
garrafa neles, aí eles foi com tudo, mas todos vão dizer o mesmo todos bem com
a vida e eles simplesmente foi atacando. E o pior que em momento algum alguém
deu motivo pra eles fazer essa maldade, teve menina que levo bala de borracha
na cara sem fazer nada pra eles”.
Outra pessoa informou que:
“Olha Gean,
como sempre, o jeito deles (polícia) expulsarem as pessoas da praça é dando
tiro de borracha. Acontece que o povo não gosta, então começam a revidar e
atacar garrafas neles. Teve gente lá que levou tiro de graça”.
É que é
assim, quando se trata de política, eleição, jogos do Brasil, o povo pode virar
a noite na rua fazendo festa, agora fim de ano, sempre foi assim, impedimento com
tiro de borracha, sendo que, todos que festejam, tanto pessoas que vai com a família
ou solo , réveillon é único, onde todos se reúne, até mesmo os que moram ali na
redondeza , o som que estava no sobrado de cima da auto escola as polícias não
foram lá parar né?”
Outra leitora F5, que também estava na praça, nos contou que
viu como tudo começou:
“Os GCM
estavam parados na parte de cima da prefeitura, até onde consegui ver, dois indivíduos
começaram a jogar pedra, caco de vidro neles. Aí não quiseram nem saber,
soltaram a mão nas armas de paintball até em quem não tinha nada a ver com a
situação. Não deram tempo nem de sairmos de lá com nossas coisas direito. Meu
namorado voltou pra pegar os cooler, o guarda começou a gritar
"vai,vai,vai". Meu namorado pediu calma, falando que só tava pegando
nossos pertences. Enquanto estávamos descendo em direção à Praça da Matriz pra
fugir da bagunça, fui atrás da minha amiga que estava com a filha dela no colo,
e foi aí que fui atingida, bem nas costas e na perna. Se eu não tivesse lá,
tinha atingido a criança”.
Uma cidadã que estava no local descreveu a sua indignação, em
seu perfil no Facebook, postando a foto que mostra a marca deixada pelos
disparos.
“Deixo aqui
minha total indignação com um Gcm que tomou uma atitude de lixo na praça ontem à
noite! Eu sem nada a ver com rolo deles com um cidadão, do nada um deles começa
a atirar no indivíduo e um tiro de borracha acerta meu rosto … agora me dizem
uma coisa, e se eu estou com meu filho no colo? Como muitos outros pais estavam
ali presentes com crianças no local?
Quem me conhece
sabe que não sou de briga, e que muito menos tava no meio do vandalismo que
fizeram com eles … o pior de tudo é pensar que poderia ter atingido uma criança
ou outro inocente como eu!”.
O F5 também fez contato com essa cidadã para saber como tudo
aconteceu. A mesma nos respondeu o seguinte:
“Olha Gean,
foi um negócio que, olha... vou falar pra você. Eu acho assim... O rapaz que
causou tudo isso, certo não estava. Eu acho assim, eles (polícia), deveriam sim
ter tomado uma atitude, mas não a atitude que ele (GCM) tomou, pois o que ele
fez foi super, mega errado. Um lugar onde tinha mil e uma pessoas, bastante
gente, com criança, família, ele ter feito o que fez. Eu tinha acabado de sair
de dentro do banheiro e fui passar pela praça, quase em frente à prefeitura,
mas na calçada da praça. Um rapaz tinha apanhado dos GCMs e atravessou a rua e
começou a xingar eles e ficou de frente a mim. O GCM começou a atirar no rapaz,
com o rapaz parado na frente dele, e um tiro acertou no meu rosto. Na amiga do
meu irmão, que não tava comigo, que também tava presente lá, acertou nas costas
e na perna. Foi uma atitude muito mal pensada, onde arriscaria muitas pessoas, porque
numa dessa se acerta no meu olho, eu poderia ter ficado cega, ou se eu tivesse
com o meu filho, poderia ter machucado o meu filho. Então assim... é uma coisa
muito cabulosa porque essa atitude deveria ter sido repensada e ter sido tomada
realmente, em cima de que realmente causou o que aconteceu. Eu foi no médico
já, fiz exame de corpo de delito, e pediram pra mim fazer um boletim de ocorrência
contra o guarda, mas eu não sei se vou fazer isso, porque eu acredito que não dê
em nada.”
O que diz a
Polícia Militar
Também durante o domingo (01), o F5 conversou por meio de mensagens
via WhatsApp, com o Sargento da Polícia Militar, Ricardo Olivera.
De acordo com o Sargento, a Polícia Militar foi acionada pela
Guarda Civil Municipal, para dar
apoio a ocorrência de perturbação do sossego, tendo em vista dezenas de ligações
que a GCM recebeu naquele momento.
“Quando as viaturas da GCM estavam passando pela praça,
próximo a prefeitura, começaram a arremessar garrafas e outros objetos nas
viaturas, então tivemos que agir. Fizemos a formação com escudo para nos
proteger, e a GCM começou a atirar com arma de paintball para dispersar as
pessoas que estavam agredindo, que acabaram correndo para o meio da praça. A frente
da prefeitura ficou vazia e o povo ficou do outro lado da praça. Os agressores
se misturaram no meio das pessoas de bem para se esconder. Nós ficamos parados
lá por bastante tempo. Algumas pessoas (populares) se abrigaram atrás das viaturas
para se proteger, pois de vez em quando alguém atacava alguma garrava. Pouco tempo
depois tudo se acalmou e fomos embora, alguns pessoas continuaram se divertindo
na praça, mas sem colocar som”.
O que diz a GCM
De acordo com
informações fornecidas pelo Comandante da Guarda Civil Municipal de Conchal, Sr
Abreu, a corporação estava incumbida de cuidar da segurança do evento oficial de
virada de ano, realizado pela prefeitura, na avenida Nelson Cunha, (ginásio de
esportes), e a Polícia Militar estava com uma viatura próximo a praça, porém após
a 1h da madrugada, a GCM passou a receber muitas ligações referentes a reclamações
de muito barulho de som alto na praça, então se comunicaram com a PM e enviaram
duas viaturas para atender as ocorrências de perturbação do sossego.
‘Chegando lá o som estava muito alto, o cheiro de
maconha estava horrível, mas em dado momento indivíduos começaram a arremessar
garrafas e pedras, inclusive acertando a viatura que eu estava, tipo querendo
que a polícia saísse de lá”, disse o comandante.
Segundo o
comandante eles estavam lá apenas para conter o barulho do som, pois receberam
muitas reclamações durante toda a noite.
“Tivemos que reagir para conter os agressores, foi
quando usamos o paintball. Se eles tivessem parado com o som e não tivessem
atacado objetos na gente, ninguém iria falar nada para eles. De fato,
infelizmente em situações como essa, pessoas que estão no meio, mesmo não tendo
feito nada, acabam se machucando”, completou abreu.
O que diz a Polícia Civil
Conversamos
também com o Delegado de Polícia Civil, Dr. Luis Henrique Lima Pereira. O
delegado informou, que aguarda pelos registros de ocorrência para poder
determinar as providências que devem ser adotadas. Ocorre que, a Polícia Civil
só pode atuar após serem provocados de forma legal, ou seja, através dos
registros de ocorrências feitos por cidadãos ou pela própria PM e GCM que, já
devem ter escrito o relatório sobre o ocorrido, porém o próprio sistema da SSP
(Secretaria de Segurança Pública), acaba retardando a chegada destes
comunicados à delegacia.
O delegado
garantiu que será instaurado inquérito após qualquer pessoa vítima, ou até
mesmo a PM ou GCM relatar o ocorrido.
“Bom dia Gean. Pelo o que eu já pesquisei nos boletins de
ocorrências do final de semana nada foi registrado, nem a PM, nem a GCM, e nem
ninguém da população foi até a Polícia Civil comunicar esses fatos. A Polícia
Militar ou até a GCM, num caso desses, onde teve disparo de arma de fogo não
letal, eles são obrigados a registrarem esses fatos. Chegando para a gente o
que aconteceu, da forma como aconteceu, a gente têm que tomar providência
obrigatoriamente. Então assim... por enquanto não chegou nada para a gente, mas
chegando isso, eu vou me inteirar sobre isso para saber o que aconteceu e certamente
eu irei instaurar inquérito policial”, disse do delgado.
O delegado ainda
informou que qualquer pessoa da população que foi vítima, quiser registrar,
deve ir até a delegacia.
“Se alguém da população, independentemente dos
registros e das versões da PM ou pela GCM, quiser reportar esses fatos para eu
me inteirar, levar isso a conhecimento, pode ir na delegacia para estar registrando.
E ai também será instaurado inquérito policial para a gente apurar”, afirmou Dr Luis Henrique.
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