Ontem, terça-feira (03) pelo segundo dia seguido fiéis
fizeram filas para prestar suas últimas homenagens ao Papa Emérito Bento XVI.
Apesar da movimentação intensa, o volume de pessoas é bem menor em comparação
ao que foi a comoção na morte de João Paulo II.
O corpo de Joseph Ratzinger permanece à disposição para a
despedida dos fiéis na Basílica de São Pedro até esta quarta-feira (04).
Na quinta (05), o Papa Francisco preside a cerimônia solene
do enterro com a presença de várias autoridades. Em entrevista à Jovem Pan
News, o professor de relações internacionais, Carlos Cauti, disse que Bento XVI
era um filósofo extremamente refinado e erudito, o que talvez tenha feito com
que o pontífice fosse incompreendido.
“Foi um
ilustre teólogo e um fino filósofo. Ele foi um dos papas que levaram a uma
certa renovação da Igreja Católica. Muitas vezes suas passagens não eram
compreendidas, por uma mídia que não está preparada para receber essas
mensagens, que algumas vezes foram distorcidas”, analisou o
professor.
Cauti também relembrou os motivos pelos quais Bento XVI
renunciou: Ausência de forças para enfrentar escândalos em um momento difícil
para a Igreja Católica, com o pedido de perdão por décadas de abusos sexuais de
religiosos em vários países.
O também professor de relações internacionais Alexandre Pires
analisou que a baixa popularidade de Bento XVI está mais relacionada ao fato de
que o religioso estava há 10 anos afastado da vida pública, do que com a falta
de carisma apontada por alguns: “O Bento
XVI representou um momento de uma linha mais conservadora na Igreja. E também
de reaproximação com outras denominações, principalmente a luterana, porque ele
era alemão. Ele é um papa que fez uma conciliação forte, mas reafirmando a
importância da doutrina, dos dogmas e da igreja. Ele era um acadêmico, mas um
acadêmico no sentido catequético, na ideia de difundir os princípios do
cristianismo”.