Procon-SP notifica Americanas: Órgão de defesa questiona se os problemas contábeis afetarão os consumidores
Diante das notícias veiculadas nesta semana reportando
problemas contábeis no Grupo Americanas, o Procon-SP notificou a empresa
questionando sobre os impactos para os consumidores.
Além de informar até que ponto ficam comprometidas as compras
efetuadas pelos consumidores e detalhar quantas pessoas serão afetadas, deverá
esclarecer se as reclamações dos últimos 90 (noventa) dias na plataforma do
Procon-SP tem relação com os problemas noticiados e, em caso positivo, qual o
plano de ação da empresa para solução.
No ano passado, o grupo teve quase 9,5 mil queixas
registradas por consumidores que tiveram problemas com suas compras.
A empresa tem até o próximo dia 17 para responder aos
questionamentos do Procon-SP.
Ações da Americanas
despencam
As ações da Americanas despencaram quase 80% na bolsa de
valores na última quinta-feira (12), depois que a empresa publicou comunicado
em que diz que foram identificadas “inconsistências em lançamentos contábeis”
no balanço, em valor que chega a R$ 20 bilhões.
Em outras palavras, a Americanas percebeu que o valor
bilionário — que é referente aos primeiros nove meses de 2022 e anos anteriores
— não havia sido registrado de forma apropriada nos balanços corporativos da
empresa.
As ações da Americanas (AMER3) negociaram em leilão até 13h45
de hoje. O leilão é um "mecanismo de defesa" que interrompe as
negociações comuns para tranquilizar momentos de variação bruta de papéis na
bolsa.
Depois, as negociações foram suspensas para a divulgação de
um novo comunicado oficial da companhia. Este é um procedimento padrão da B3
neste tipo de caso.
Comunicado
O comunicado da Americanas sobre o rombo no balanço foi
divulgado na noite de quarta-feira (11). Além disso, o texto informou que o
presidente da companhia, Sergio Rial, deixou o cargo apenas 9 dias depois de
assumir. O diretor financeiro da empresa, André Covre, também renunciou — ele havia
tomado posse junto a Rial.
Os nomes dos dois executivos tinham sido muito bem recebidos
pelo mercado. Na época do anúncio, as ações da Americanas chegaram a subir mais
de 20%. Apesar de ter deixado a empresa, Rial disse que manter o funcionamento
da companhia é "absolutamente viável".
Como consequência da revelação feita na noite de quarta, os
investidores amanheceram em polvorosa. As principais instituições financeiras
colocaram as ações da Americanas sob revisão, e a B3, bolsa de valores de São
Paulo, colocou os papéis ordinários da empresa em leilão.
O que diz o
comunicado da companhia?
O documento divulgado pela companhia não traz muitos detalhes
sobre o que de fato foi encontrado nas contas, mas esclarece que a área
contábil detectou "a existência de operações de financiamento de compras
em valores da mesma ordem (R$ 20 bilhões), nas quais a companhia é devedora
perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente
refletidas na conta de fornecedores nas demonstrações financeiras".
Para se ter uma ideia, um levantamento de Einar Rivero, da
TradeMap, mostra que o volume do rombo de R$ 20 bilhões é equivalente ao valor
de mercado da Magazine Luiza, que até o fechamento do pregão desta quarta valia
R$ 20,20 bilhões, e da Lojas Renner, de R$ 20,22 bilhões.
Em valor de mercado, a Americanas perdeu R$ 8,37 bilhões só
nesta quinta-feira. A empresa valia R$ 10,8 bilhões. Agora, R$ 2,4 bilhões.
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