A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira, 25, o
requerimento que estabelece o regime de urgência para o projeto de combate às notícias
falsas, o PL 2630/20, mais conhecido como PL das Fake News.
O resultado acontece após acordo costurados entre os líderes
da Casa para aprovação da matéria. O placar no plenário foi de 238 votos
favoráveis e 192 contrários.
Com a aprovação, serão dispensadas as formalidades
regimentais – como aprovação nas comissões – e o texto poderá ser encaminhado
direto para votação em plenário. Como a Jovem Pan antecipou, a expectativa é
que a matéria seja discutida e votada pelos deputados em sessão deliberativa na
próxima terça-feira, 2. O cronograma foi divulgado pelo relator do PL, deputado
Orlando Silva (PCdoB-SP), e pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira
(PP-AL), ambos defensores da proposta. “Há de se ter um limite para isso,
garantido a todos a sua liberdade de expressão, e cada um arca com as
consequências do que fala nas redes”, ponderou o político alagoano. “O PL 2630
valoriza a liberdade de expressão, traz mais transparência para a forma de
atuação das plataformas, seus algoritmos e termos de uso, além de garantir
direitos aos usuários. Por uma Internet sem fake news, ódios e preconceitos, PL
2630 já”, também defendeu o relator, que apresentou o texto nesta terça-feira.
Na prática, o PL das Fake News tem como ponto principal
tornar obrigatória a moderação de conteúdos na internet, sendo “identificadas,
excluídas ou sinalizadas” postagens e contas com conteúdo considerado
criminoso. Para que isso seja efetivo, as plataformas terão que analisar os
conteúdos considerados ilegais, obedecer a regras de transparência e se
submeter a auditoria externa.
As big techs também deverão impedir o acesso de crianças às redes sociais e os aplicativos de mensagens terão que limitar a distribuição massiva de mensagens. No entanto, ainda que seja defendido pelo presidente da Câmara e principalmente por parlamentares governistas, a proposta é alvo de muitas críticas, especialmente de membros da oposição, que alegam riscos à liberdade de expressão e uso das normas de forma arbitrária ou autoritária.
Em pronunciamento no plenário da Câmara, o deputado federal
Deltan Dallagnol (Pode-PR), disse que o PL apresenta cinco “imensos problemas”,
entre eles, a definição genérica do que seria considerado um conteúdo ilícito e
a imposição de uma obrigação às redes sociais para a exclusão das postagens.
“Precisamos defender a liberdade do brasileiro poder se expressar e criticar
livremente”, afirmou. Assim como ele, a deputado federal Rosângela Moro
(União-SP), também disse temer que aconteçam “canetas” que possam inibir a
liberdade dos usuários, cenário descartado pelos defensores da proposta.
“Democracia e canetada não combinam, por isso, não tenho outra alternativa a
manifestar minha contrariedade ao PL 2630”, disse a parlamentar.
Placar
mostra posicionamento de deputados sobre PL da Censura
Um placar
virtual mostra o posicionamento de deputados federais perante ao PL da Censura.
Parte da mídia apelidou o PL 2630/2020 como “PL das Fake News”. Entretanto,
grupos importantes da sociedade têm demonstrado forte preocupação com
informações nos textos anteriores do relator do projeto, deputado Orlando Silva
(PCdoB/SP). O governo federal também apresentou sugestões que não foram bem
aceitas por parte das instituições brasileiras. Acesse o placar em www.pldacensura.com .
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