Lula cobra participação das famílias e defende regulação das redes sociais para manter paz nas escolas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta
terça-feira, 18, a responsabilidade das famílias e das plataformas de redes
sociais para a manutenção da paz nas escolas.
Em reunião com chefes dos Três Poderes, governadores e
ministros de Estado sobre ações integradas contra ataques nas escolas, o
mandatário disse que apenas a adoção de medidas de segurança pública, como a
instalação de detectores de metais ou aumento do policiamento, não vai garantir
a paz no ambiente escolar: “Não vamos
resolver isso com dinheiro, vamos resolver com atitude”, disse Lula, que
cobrou também a participação dos pais, afirmando que a criança “repercute na escola o que vê dentro de
casa”. “A família tem que ter a responsabilidade de ajudar. (…) Sem a
participação dos pais, a gente não recupera o sistema educacional. Vamos
transformar as escolas em segurança máxima?”, questionou, rechaçando a
instalação de ferramentas de detecção de metal ou revistas nos colégios. “Seria
patético as crianças sendo revistadas”, acrescentou.
Sobre as redes sociais, que Lula prefere chamar de redes
digitais, o presidente da República criticou as empresas pela divulgação
indiscriminada de conteúdos e voltou a defender, ainda que indiretamente a
regulação das mídias, uma proposta já levantada pelo petista e seus aliados em
outras ocasião. “Resumiria essa reunião na frase de Alexandre de Moraes: as
pessoas não podem fazer na rede digital o que é proibido na sociedade. Não é
possível que possa pregar o ódio, ficar fazendo propaganda de arma, ensinando
criança a atirar. É o que vemos todo santo dia”, afirmou, em aceno ao ministro
do Supremo Tribunal Federal, que pediu maior celeridade das big techs e
transparência. “Se não houver uma autorregularão e uma regulamentação em
determinados standards, modelos a serem seguidos, vamos ter a continuidade
dessa instrumentalização pelas redes para incentivar ataques nas escolas”,
disse Moraes.
As autoridades se reuniram no Palácio do Planalto nesta
terça-feira para debater estratégias e esforços de todos os entes federados
para ampliar a segurança no ambiente escolar após os ataques em Blumenau e São
Paulo. Ao longo do pronunciamento, Lula também ponderou que é preciso ter
“coragem” para discutir “a diferença entre a liberdade de expressão e
cretinice”. “As chamadas plataformas, as chamadas grandes empresas que ganham
dinheiro com a divulgação da violência, estão cada vez mais ricos. Alguns são
os empregados mais ricos do planeta terra e continuam divulgando qualquer
mentira. Não tem critério”, declarou, condenado os ataques a escolas. “Invariam
um lugar que é tido como um lugar de segurança. É verdade que toda mãe quando
leva filho para um creche ela tem certeza que o filho está seguro, isso ruiu. E
ruiu porque temos um instrumento avassalador. Não é o telefone que é ruim, as
redes, que deveríamos chamar de redes digital do bem e do mal e há
predominância da rede digital do mal”, acrescentou.
*JP
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