Governo de SP envia à Alesp projeto que dobra repasse de ICMS ambiental a municípios que preservam vegetação
Estima-se que as transferências para cidades que cuidam do
meio ambiente e da vegetação nativa cheguem a R$ 732 milhões por ano
O governo de São Paulo enviou à Assembleia Legislativa nesta
segunda-feira (5) um projeto de lei que dobra o repasse de ICMS Ambiental para
os municípios que têm áreas de preservação e cobertura vegetal nativa. Com a
nova regra, o governo estima que R$ 732 milhões sejam destinados aos municípios
anualmente. O montante é 153% maior do que o destinado a cerca de 200
municípios ao longo de 2021 e 2022.
Entenda a
proposta
O projeto aumenta o repasse de 2 dos 4 critérios que formam o
ICMS Ambiental. O primeiro é relacionado ao Índice de Áreas Protegidas (IAP),
que considera em seu cálculo a existência de territórios enquadrados no Sistema
Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). E o segundo é o Índice de Vegetação
Nativa (IVEG), cujo cálculo é feito com base na existência de áreas com
vegetação nativa no município. Esses dois índices estão previstos,
respectivamente, nos incisos VI e VIII do artigo 1° da Lei 3.201/1981.
Cada um deles respondia por 0,5% do repasse do imposto
arrecadado. A proposta elevou essa alíquota para 1%. Portanto, 2023 passa a ser
o ano base para o cálculo do repasse recebido pelos municípios. Os valores
serão apurados em 2024 e repassados em 2025.
“O foco é a preservação da floresta em pé e da restauração de
áreas. Nós vamos dobrar o ICMS ambiental direcionado aos municípios que
protegem espaços territoriais ou que possuem áreas de vegetação nativa”,
explica o subsecretário de Meio Ambiente da Semil, Jônatas Trindade.
PEC
O governo também enviou uma Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) do Estado para alterar o artigo 167, parágrafo 1º, que dispõe sobre a
repartição das receitas tributárias para os municípios. O projeto quer reduzir
de 75% para 65% a parcela das cidades na proporção do valor adicionado nas
operações relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas
em seus territórios.
E aumentar de 25% para 35% a parcela que segue critérios
estabelecidos pela legislação paulista e que os municípios precisam atender
para receber. Dentre estes critérios, estão os ambientais. Assim, o governo
ganha mais margem para incentivar temas relevantes por meio do repasse
municipal do imposto.
“A modificação possibilita o acréscimo percentual em
critérios ambientais, permitindo a destinação de parcela maior da receita a
municípios ambientalmente responsáveis. Isso vai ao encontro dos compromissos
assumidos pelo Estado perante a sociedade no âmbito da Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre mudança de clima", declara a secretária Natália
Resende em proposta enviada à Alesp.
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