Pressionada por alimentos, inflação de novembro sobe para 0,28% - Calculado pelo IBGE, IPCA acumula 4,68% em 12 meses
A inflação oficial de novembro ficou em 0,28%, uma aceleração
em relação a outubro, quando foi de 0,24%. A alta no preço dos alimentos foi o
que mais impactou o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA), divulgado nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE). No acumulado de 12 meses, o IPCA soma 4,68%.
O IPCA mede a inflação para famílias com renda de até 40
salários mínimos. O resultado de 12 meses está dentro do limite da meta do
governo, de 3,25% com tolerância de 1,5%, ou seja, até 4,75%.
Alimentos e
bebidas
Dos nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IBGE,
seis tiveram aumento de preços. O destaque ficou com o item alimentos e
bebidas, com elevação de 0,63% - mais que o dobro de outubro (0,31%). A alta
representou 0,13 ponto percentual (pp) no IPCA, a inflação oficial do
país.
O gerente da pesquisa do IBGE, André Almeida, aponta o fator
clima como responsável pela variação positiva de preços. “As temperaturas mais
altas e o maior volume de chuvas em diversas regiões do país são fatores que
influenciam a colheita de alimentos, principalmente os mais sensíveis ao clima,
como é o caso dos tubérculos, legumes e hortaliças”, disse.
Os preços no subgrupo alimentação no domicílio subiram 0,75%,
pressionados pela cebola (26,59%), batata-inglesa (8,83%), arroz (3,63%) e
carnes (1,37%). Apresentaram queda o tomate (-6,69%), a cenoura (-5,66%) e o
leite longa vida (-0,58%).
Já a alimentação fora de casa subiu 0,32%, alta menor que a
de outubro: 0,42%.
Serviços públicos
Outro item que contribuiu para acelerar a inflação de
novembro foi habitação, que subiu 0,48% e pesou 0,07 ponto percentual.
Reajustes de serviços públicos influenciaram o resultado. A conta de luz
aumentou 1,07% por causa de recomposições de preços em Goiânia, Brasília, São
Paulo e Porto Alegre. A tarifa de água e esgoto subiu 1,02%, com aumentos
localizados em Fortaleza e no Rio de Janeiro.
Apesar de reajustes situados em determinadas cidades, eles
entram no cálculo da média nacional do IPCA.
Transportes
Os transportes tiveram alta de 0,27 e impactaram o IPCA em
0,06 ponto percentual. O que mais contribuiu para essa variação foi o preço das
passagens aéreas, que tiveram elevação de 19,12% - subitem com a maior
contribuição individual (0,14 pp) no IPCA do mês.
Quedas nos preços da gasolina (-1,69%) e do etanol (-1,86%)
ajudaram a segurar o preço dos combustíveis, que caíram 1,58%. Tiveram deflação
no mês, isto é, recuo nos preços, artigos de residência (-0,42%), vestuário (-0,35%)
e comunicação (0,50%).
INPC
O IBGE também divulgou nesta terça-feira (12) o Índice
Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com
renda de até cinco salários mínimos. O índice subiu 0,10% em novembro, ficando
abaixo do anotado em outubro: 0,12%. Em 12 meses, o INPC acumula 3,85%.
*Agência Brasil
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