Não se Cale: cresce a participação de mulheres com emprego fixo inscritas no curso - Dados do censo realizado pela SP Mulher indicam que 76% das profissionais cadastradas declaram estabilidade de trabalho
O novo censo de inscritos no curso do protocolo Não se Cale
divulgado pela Secretaria de Políticas para a Mulher de São Paulo revela que as
mulheres também alavancaram seu percentual no mercado de trabalho: o número de
mulheres cadastradas que possuem empregos estáveis nos setores de gastronomia,
lazer e entretenimento cresceu pela segunda vez consecutiva, correspondendo a
76% do total entre as participantes.
Desde a segunda edição do censo, divulgada em outubro, a
participação feminina continua maior do que a masculina – elas representam 51%
do número de interessados.
“É um dado que nos deixa especialmente felizes pois um dos
nossos pilares é a autonomia financeira da mulher. Muitas situações de
violência acabam ocorrendo devido à dependência da vítima em relação ao seu
agressor. Quando as mulheres conquistam mais espaço no mercado de trabalho,
avançamos também no sentido da sua segurança”, comenta a secretária da pasta,
Sonaira Fernandes.
Outro dado relevante é que a faixa etária predominante entre
os inscritos passou de 20 a 29 anos para 30 a 39 anos, indicando uma mudança no
perfil dos participantes.
Esta é a terceira edição do mapeamento elaborado pela SP Mulher, baseado nas informações relatadas pelos profissionais no momento do preenchimento do formulário de inscrição. A análise considera o balanço geral de inscrições até 31 de novembro, totalizando 19.654 pessoas interessadas no curso.
O protocolo Não se Cale foi lançado pelo Governo de SP com a
finalidade de padronizar formas de acolhimento e suporte às vítimas em espaços
privados e públicos. A SP Mulher disponibiliza gratuitamente a capacitação
obrigatória para preparar os profissionais a identificar e enfrentar situações
de risco de forma ativa e adequada, prestando os auxílios previstos no
protocolo diante de qualquer pedido de socorro ou suspeita em caso de assédio,
violência ou importunação sexual.
Cenário
regional
A proporção de mulheres empregadas cresceu em sete regiões do
Estado. Na Grande São Paulo, elas representam 78%, em comparação com 75% no
censo anterior. Os dados da região de Sorocaba revelam a mesma proporção: 78%
estão atualmente empregadas, contra 68% da última amostragem – um crescimento
de dez pontos percentuais.
No Vale do Paraíba e Litoral Norte, são 74%, quatro pontos percentuais a mais em comparação com o dado anterior. Já na Baixada Santista e Vale do Ribeira, há 72% de mulheres em trabalhos formais, contra 71% antes. Na região de Campinas, a proporção chega a 71% – anteriormente era de 65%, evidenciando um salto de seis pontos percentuais.
Na região de Ribeirão Preto e Central, o balanço chegou a
69%, contra 68% na edição anterior. Em Bauru e Marília, a porcentagem atual é
de 55% – anteriormente, era de 50%. O cenário regionalizado é calculado com
base no DDD informado no campo telefônico do formulário de inscrição.
Inscrições
abertas
O curso é obrigatório por lei para profissionais que
trabalham em bares, restaurantes, casas de eventos e similares. As aulas são
totalmente online, interativas, e o aluno pode fazê-la conforme sua
disponibilidade e ritmo, levando no máximo 30 horas para conclusão. As
inscrições estão abertas e podem ser realizadas no site: https://forms.univesp.br/nao-se-cale/
.
O protocolo estabelece medidas de auxílio à mulher que se
sinta em situação de risco em bares, restaurantes, boates, casas noturnas e de
eventos, e demais tipos de estabelecimentos especificados pelo Governo (Lei nº
17.621/2023 e Decreto nº 67.856).
O prazo para adequação à legislação se encerra no 1º
trimestre de 2024. O cumprimento da legislação será fiscalizado pelo Procon-SP.
Eventuais infrações podem resultar em multa, suspensão do serviço ou atividade
e até interdição, nos termos estipulados pelo Código de Defesa do Consumidor.
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