A Volkswagen
Caminhões e Ônibus, a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) e a
Toshiba, iniciam nesta quarta-feira, 19, os primeiros testes de operação real
de um protótipo de ônibus elétrico movido a bateria de íons de lítio com
nióbio. A nova tecnologia, desenvolvida em parceria pelas três empresas,
promete uma recarga ultrarrápida, em que o veículo pode atingir a carga máxima
em apenas 10 minutos.
"Será
uma geração para o futuro da mobilidade", diz Roberto Cortes, CEO da
Volkswagen Caminhões e Ônibus, em entrevista à EXAME.
Cortes
explica que o projeto começou 2019, com a CBMM e a Toshiba desenvolvendo a
tecnologia de óxidos mistos de titânio com adição de nióbio para o ânodo das
células das baterias de íons de lítio, conhecida como NTO. Em 2021, a
Volkswagen foi convidada para participar do projeto.
"Será a
primeira bateria com essa tecnologia para utilização automotiva em um veículo
comercial. Pelo fato do ineditismo e como somos pioneiros no Brasil no
desenvolvimento, fabricação e venda de veículos elétricos, fomos procurados
para entrar na discussão da viabilidade de aplicação do veículo", explica.
Na prática,
a tecnologia de bateria de nióbio vai permitir que os veículos rodem 24 horas
sem a necessidade de um longo período de carregamento. Outra promessa da nova
tecnologia é que a bateria terá vida útil até três vezes superior às
convencionais.
Hoje, os
caminhões e ônibus elétricos da montadora com bateria tradicional têm um
sistema de carregamento configurado para o período noturno. O e-Volksbus, por
exemplo, é o primeiro ônibus elétrico feito 100% no Brasil com capacidade de 22
toneladas e autonomia de até 250 km. O tempo mínimo de carregamento do veículo
é de até 1 hora (dois plugins) e máximo de cerca de 2,5 horas (um plugin).
Sobre o
provável valor do ônibus quando for a mercado, o CEO da Volkswagen Caminhões e
Ônibus afirma que o projeto ainda está em fase embrionária e é necessário mais
tempo para entender a viabilidade.
"Obviamente
o preço inicial dessa nova tecnologia é bem superior que o diesel, que já tem
uma economia de escala. Por isso, defendemos políticas públicas para o
desenvolvimento dessas novas tecnologias", explica.
As empresas
não divulgaram o total de investimentos para o desenvolvido da tecnologia. A
CBMM informa que investe, anualmente, cerca de R$ 250 milhões em seu programa
de tecnologia. Deste montante, em 2023, somente o programa de baterias recebeu
R$ 80 milhões.
Como serão
os testes do protótipo
O veículo
vai rodar diariamente numa rota fixa, com a recarga no pantógrafo prevista no
início ou fim do trajeto. A operação fornecerá dados tanto sobre as
características da bateria NTO quanto do veículo, com o objetivo de sinalizar
ajustes necessários para futura comercialização.
Nesta fase,
todos os componentes serão monitorados em tempo real para análise de seu
comportamento e para assim alimentar os processos de melhoria e desenvolvimento
da tecnologia. Somente após essa fase será possível determinar os próximos
passos para o lançamento do ônibus elétrico. Com relação à bateria com
tecnologia NTO, a expectativa é que esteja disponível no mercado em 2025.
Configurado
sobre um chassi de 18 toneladas, o protótipo de ônibus tem autonomia estimada
em 60 quilômetros, com um tempo de recarga de 10 minutos em pantógrafo de 300
kW. O veículo é equipado com quatro packs de baterias de lítio com ânodo
contendo Nióbio, cada um deles com capacidade útil de até 30kWh.
Segundo a Volkswagen, o período de testes é indeterminado e será definido de acordo com a evolução da aplicação. No médio prazo, a ideia é expandir para produção de uma pequena frota destinada aos testes.
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