Liberdade Vai Cantar! Perfis Bloqueados por Ordem de Alexandre de Moraes São Reativados às Vésperas da Visita da CIDH
Às vésperas da visita da Relatoria Especial para a Liberdade
de Expressão (RELE) da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) ao
Brasil, diversas contas anteriormente bloqueadas por ordem do ministro
Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foram reativadas. Na
sexta-feira (7), Moraes determinou o desbloqueio das redes sociais do
influenciador Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark. No dia seguinte,
perfis no X (antigo Twitter) do empresário Luciano Hang, do jornalista
Guilherme Fiuza e de Bernardo Küster também voltaram ao ar, após anos de
suspensão.
A reativação dessas contas ocorre pouco antes da chegada da
RELE ao país, prevista para domingo (9). A delegação visitará Brasília, Rio de
Janeiro e São Paulo, com o objetivo de ouvir autoridades dos Três Poderes,
membros do Ministério Público, organizações de direitos humanos, jornalistas,
representantes de plataformas digitais, veículos de imprensa e universidades. A
missão busca compreender a diversidade de perspectivas e experiências
relacionadas à liberdade de expressão, especialmente no ambiente digital.
A coincidência temporal entre o desbloqueio das contas e a
visita da CIDH gerou intensa repercussão nas redes sociais, levantando
suspeitas de que a medida seja uma tentativa de suavizar críticas à censura
imposta por setores do Judiciário. Para muitos, a decisão soa como uma quase
confissão de culpa, evidenciando o extremo rigor com que vozes dissidentes têm
sido silenciadas. Internautas apontam que a reativação dos perfis pode ser uma
estratégia para minimizar a pressão internacional e legitimar ações que,
segundo críticos, configuram uma restrição indevida à liberdade de expressão no
Brasil. Paulo Faria, advogado do ex-deputado Daniel Silveira, comentou:
"Moraes acha que somos tolos, burros e tapados. As redes 'liberadas' por
ele, às vésperas da visita da CIDH, não foi por acaso ou bondade: trata-se de
estratégia para 'limpar a barra' e legitimar a censura, com certificação padrão
CIDH. Só um tolinho para cair nessa...".
Em 2024, a CIDH havia suspendido uma reunião com
parlamentares brasileiros que viajaram aos Estados Unidos para denunciar casos
de censura no país. A justificativa para o cancelamento foi um convite do
governo Lula para que o relator especial para a liberdade de expressão da CIDH
visitasse o Brasil. Os parlamentares pretendiam apresentar denúncias de abusos
em processos no STF, incluindo suspensões de contas em redes sociais que
afetavam políticos, influenciadores jornalistas e cidadãos comuns.
A visita da RELE ao Brasil ocorre em um contexto de intensos
debates sobre liberdade de expressão e o papel do Judiciário na regulação do
discurso público. A reativação dos perfis bloqueados adiciona uma nova camada a
essa discussão, levantando questões sobre os limites entre moderação de
conteúdo e censura.
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