A estimativa de uma inflação
maior fez o governo aumentar a previsão para o salário mínimo do ano que vem
para R$ 1.006, valor que consta no projeto da Lei Orçamentária Anual de 2019,
enviado ao Congresso. Hoje, o salário mínimo está em R$ 954 e a previsão
anterior do governo era que fosse para R$ 1.002,00 no próximo ano.
O valor que efetivamente
será praticado só será definido no início do próximo ano, mas a equipe
econômica precisava definir um número como referência para as despesas do Orçamento,
muitas atreladas ao mínimo. O reajuste observa uma fórmula que considera o
crescimento real do PIB em 2017 (1%) e a variação da inflação medida pelo INPC
em 2018, que foi projetada em 4,20%, ante 3,76% previstos anteriormente. Além
disso, será adicionado um valor residual de R$ 1,75 porque o INPC em 2017 ficou
acima do que foi considerado na definição do mínimo deste ano.
Dois terços dos benefícios
tributários são corrigidos pelo mínimo, assim como o Benefício de Prestação
Continuada (BPC), pago a pessoas com deficiência e idosos com mais de 65 anos
que comprovem ter renda familiar abaixo de um quarto do mínimo por pessoa. Com
as despesas ultrapassando limites constitucionais, porém, o governo só
autorizou no projeto do Orçamento de 2019 metade do orçamento necessário para
bancar os pagamentos do BPC no ano (R$ 30,2 bilhões).
O mesmo aconteceu com o
Bolsa Família, que só tem R$ 15,035 bilhões autorizados para 2019, pouco mais
da metade do que o governo precisa para pagar os benefícios durante todo o ano.
O repasse do restante dos recursos necessários dependerá da aprovação de um
projeto de lei no Congresso. Isso ocorreu para que o governo cumpra a chamada
regra de ouro, que o proíbe de se endividar acima do valor que gasta com
investimentos. Em 2019, a previsão é que esse limite seja ultrapassado em R$
258,179 bilhões.
Com isso, o governo teve que
condicionar algumas despesas à aprovação de um projeto de lei que abre crédito
suplementar, o que já havia sido autorizado na LDO. Além do BPC e do Bolsa Família,
também foram condicionados ao projeto despesas com o pagamento de benefícios
previdenciários do INSS, por exemplo. As informações são do jornal O Estado de
S. Paulo.
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