PROPINOSUCO - Justiça determina bloqueio de 447 mil reais do ex-prefeito de Conchal Valdeci Aparecido Lourenço.
Ex-prefeito de Conchal Valdeci Aparecido Lourenço (Imagem internet) |
Desta vez o bloqueio é referente aos
anos de 2013 a 2016,
período em que Valdeci era o chefe do poder
executivo municipal. Em conversa com a nossa reportagem, Valdeci disse estar muito tranquilo.
A decisão do Juiz Felipe Guinsani foi publicada na segunda-feira
(29). A medida trata-se de uma ação
civil pública ajuizada pela prefeitura de Conchal (gestão atual), contra a
Associação dos Agricultores Familiares (conaaf) e seus representantes e, Valdeci
Aparecido Lourenço, ex-prefeito de Conchal.
Em abril deste ano a Justiça já havia determinado o bloqueio
de R$ 119.270,48 da Conaaf e de sua presidente.
No início de junho Valdeci conquistou a revogação do bloqueio que fazia parte do processo referente a 2017, gestão em
que o mesmo não era mais prefeito de Conchal.
Desta vez a justiça determinou o bloqueio de R$ 447.076,67
(Quatrocentos e quarenta e sete mil, setenta e seis reais e sessenta e sete
centavos) referente ao processo em trâmite de superfaturamento da compra de suco de laranja
para merenda escolar dos anos 2013, 2014, 2015 e 2016, gestão em que Valdeci A.
Lourenço era o prefeito de Conchal.
O F5 entrou em contato com o ex-prefeito Valdeci. O mesmo
declarou estar tranquilo em relação ao caso. Valdeci afirmou que irá preitear o
desbloqueio como o fez em relação ao processo anterior.
“E exatamente a mesma coisa da outra vez. Eles [prefeitura] fizeram a
auditoria interna, usando os critérios deles, não teve direito a contraditório,
ninguém foi ouvido, enfim... fizeram lá a conclusão que eles acharam por bem.
Então assim que eu for intimado, eu vou me defender e vai ser igualzinho da
outra vez, estou muito tranquilo”, afirmou Valdeci.
Durante a conversa com o F5, o ex-prefeito indagou sobre o processo
referente ao ano de 2017, em que o mesmo já não era mais o prefeito da cidade.
“Eu quero ver sobre 2017, quem é que vai responder? ”. Acrescentou. “Vai
ter muitos capítulos essa novela ai! ”
Compra
de laranjas
Os documentos mostram a compra de 11,4 mil quilos de laranja
e o valor alto de R$ 15.390,00. As notas chamaram a atenção da nutricionista
responsável pela merenda das escolas públicas, que suspeitou da fraude.
“Ela
notou que o valor do suco comprado pela prefeitura dos quilos de laranja era
muito superior, aparentemente 3 vezes mais”, afirmou diretor do Departamento de
Administração, André Luiz de Abreu em entrevista ao G1.
Notas de 2013 até o início de 2017 foram analisadas e muitas
com a quantidade exatamente igual de laranjas. Em uma delas, o total comprado
seria de 8,3 mil quilos para apenas três dias, sendo que no período havia um
sábado e um domingo, ou seja, dois dias sem aulas. O representante da
prefeitura diz que por mês seria preciso algo em torno de 3 mil quilos para
fazer o suco consumido.
Reuniões
com a Conaaf
Os legumes e frutas da merenda eram comprados na Associação
da Agricultura Familiar de Conchal (Conaaf), onde o suco também era processado.
Foram marcadas duas reuniões com os representantes da Conaf
para que eles pudessem explicar o que estava acontecendo. A primeira reunião
não teve êxito. Porém na segunda eles reconheceram o erro, que estava irregular
e eles propuseram devolver esses valores.
A determinação dos bloqueios de bens dos envolvidos no
processo, teve “também” com embasamento, a gravação que teria acontecido
durante a segunda reunião entre os representantes da Conaaf (Associação dos
agricultores familiar) e representantes da prefeitura (atual administração).
A gravação sugere um esquema onde a Conaaf (Associação dos
agricultores familiares) lançava uma determinada nota fiscal com o valor
superfaturado e, a prefeitura pagava o valor da nota para a associação. O
dinheiro pago a mais, era devolvido para a “prefeitura”, ou para alguém de lá.
Em troca a “prefeitura” devolvia para o Canaaf parte dos valores superfaturados
por meio do que eles chamam de “doação”.
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