A geosmina, verificada na água que tem sido distribuída para
parte da população do Rio de Janeiro, é a substância que mais favorece a
proliferação do mosquito Aedes aegypti, afirmam especialistas de uma
instituição da Suécia.
De acordo com cientistas internacionais ligados à
Universidade de Lund, a substância, tratada como inofensiva pela Companhia
Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), além de alterar
características da água, também atrai o vetor responsável pela transmissão de
doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela.
Segundo reportagem publicada pelo jornal O Globo, os pesquisadores
descobriram que a geosmina atrai mais especificamente a fêmea do mosquito,
estimulando-a a colocar seus ovos na água, uma vez que, onde há a substância,
há também micro-organismos dos quais as larvas do Aedes podem se alimentar.
Desde o início do ano, habitantes de diferentes partes da
cidade e da região metropolitana do Rio vêm se queixando do cheiro e do gosto
da água fornecida pela Cedae, que, por sua vez, tentou tranquilizar a população
afirmando se tratar apenas de um caso de contaminação por uma substância que
não faria mal à saúde humana.
O
que é Geosmina
Geosmina
("perfume da terra" em grego), é uma substância química, um composto
orgânico produzido pela bactéria Streptomyces coelicolor, espécie de
actinobactéria presente no solo e que é normalmente detectável quando o chão
fica molhado, por exemplo, quando chove (fenômeno conhecido como petricor).[1]
Alguns fungos filamentosos, tais como Penicillium expansum, também produzem geosmina.
Em termos químicos, é um álcool bicíclico com fórmula C12H22O, um derivado da
decalina. Seu nome é derivado do grego γεω- "terra" e ὀσμή
"cheiro".