O policial militar José Renato dos Santos, morador de Tupã (SP), cumpria seu expediente normal de trabalho no domingo (11) quando foi acionado para atender um acidente entre moto e carro com morte. Contudo, para sua surpresa, a vítima era o seu próprio irmão, Rogério Cardoso dos Santos.
Ao G1, o cabo Santos contou que seu irmão estava na chácara do pai com a família, comemorando o aniversário de 44 anos dele e do irmão gêmeo, que havia sido no último dia 7. O PM também estava no local, mas precisou ir embora depois do almoço para trabalhar, enquanto os outros parentes continuaram na comemoração.
À noite, o irmão precisou ir até a casa do sogro de moto e voltaria mais tarde para dormir na chácara. Foi no caminho que acabou se envolvendo na batida.
“Iniciei o serviço à noite e foi despachado a princípio para uma ocorrência de capotamento. Lá no local dos fatos, cheguei e visualizei uma moto totalmente destruída, cravada numa árvore. Logo abaixo vi o veículo e já percebemos que não se tratava apenas de um capotamento”, lembra o cabo.
De acordo com o PM, os bombeiros já estavam na vicinal e todos saíram em busca do motociclista, que não estava no local do acidente. A Polícia Militar informou que ele foi arrastado por cerca de 30 metros depois da batida.
“Eu comecei a procurar em volta da moto e acho que Deus me livrou de não ter visto meu irmão da forma como ele ficou. Eu fui até a moto, efetuei a consulta da placa e deu como proprietária o nome da minha cunhada. Na hora deu aquele baque”, desabafa o PM.
Segundo o cabo, na hora em que ele confirmou a propriedade da moto, percebeu que a vítima poderia ser seu irmão ou sua cunhada, as únicas pessoas que utilizavam o veículo.
“Liguei no celular do meu irmão, caixa postal. Foi quando eu consegui falar com a minha cunhada e caiu a ficha de que era meu irmão que estava ali. No mesmo momento o bombeiro já anunciou que havia achado o corpo dele, aí foi desespero total”, lembra.
Segundo a Polícia Civil, o motorista do carro envolvido no acidente abandonou o veículo e fugiu do local após a batida. Nesta segunda-feira (12), ele se apresentou na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Tupã com um advogado.
A Polícia Civil informou que o homem foi ouvido e liberado, pois não estava mais em flagrante. Ele será investigado por homicídio culposo e fuga do local do acidente.
Ainda de acordo com a polícia, as investigações prosseguem e o crime pelo qual o motorista vai responder pode mudar caso seja comprovado que ele havia consumido bebida alcoólica.
“A única intenção minha é que realmente seja cobrado, que a verdade apareça e que ele seja punido pela lei”, desabafa Renato.
Além dos irmãos, Rogério deixou esposa, três filhos e dois netos. Ele foi enterrado nesta segunda-feira (12) em Tupã.
“Destruiu uma família. Não é fácil ver. Tive que dar a notícia pra minha mãe, não sai da minha mente o choro de uma mãe quando perde um filho”, lembra o irmão.
“Era um homem excepcional, sempre trabalhou na vida. Não tem vício nenhum, não bebia, não fumava, era totalmente família”, conta o PM sobre a vítima.
*Com informações de G1.
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