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Conselho Tutelar promove ação e retira menores que vendiam trufas no semáforo em Conchal – O C.T informou a existência de denúncias – Acompanhado da mãe, menino diz que só quer ganhar dinheiro sem precisar vender drogas

Crianças exibem com orgulho o que conseguiram conquistar vendendo trufas no semáforo em Conchal

 
A ação de fiscalização do Conselho Tutelar aconteceu no sábado (19), no semáforo da Rua Camilo Chagas em Conchal.

Pelos menos 5 meninos entre 10 e 13 anos, costumam ficar diariamente neste ponto da cidade vendendo trufas.

Com a chegada dos conselheiros o trabalho dos meninos foi interrompido, quando um deles utilizando o próprio telefone celular, telefonou para mãe que compareceu ao local.


Segundo informado pelos conselheiros à nossa reportagem, existem diariamente diversas denúncias sobre as crianças e adolescentes que estão vendendo trufas no semáforo.

Por meio de nota, o Conselho Tutelar de Conchal informou que:

“Este tipo de atividade consta na lista das piores formas de trabalho infantil (Lista TIP), pois às deixam expostas à violência, drogas, assédio sexual e tráfico de pessoas; exposição à radiação solar, chuva e frio; acidentes de trânsito, atropelamento etc. Além de acarretar possíveis danos futuros à saúde. O trabalho precoce também viola outros direitos garantidos em Lei, como lazer e educação. Visando a proteção integral da criança e do adolescente e com o objetivo de zelar pelos direitos dos mesmos, o Conselho Tutelar encaminhou as famílias envolvidas à rede de proteção do município para que sejam assistidas e orientadas. As crianças/adolescentes foram encaminhadas para projetos onde poderão realizar diversos tipos de atividades”.


Disseram também, que a decisão para realizar a fiscalização aconteceu após reunião no dia 15 de junho de 2021, onde estiveram presentes representantes do Conselho Tutelar, Creas, Promoção Social e CMDCA, para discutir ações e estratégias para prevenir e combater o trabalho infantil no município de Conchal.

O outro lado:


Conversamos com a mãe de um dos meninos, que compareceu ao local e teve de levar o filho e os amigos embora para suas casas após a fiscalização.

Alessandra dos Santos, mãe de um dos meninos de 12 anos de idade, é trabalhadora rural e dona de casa, desabafou. “Estou indignada por ter que dizer pro meu filho, que ele não pode trabalhar, porque a lei não deixa.  O dinheiro que ele ganha é dele, para ele comprar as coisas que eu não tenho condições de comprar”.

A mãe nos contou que certa vez teve que brigar com o filho de 12 anos, pois o mesmo foi pego furtando um pacote de bolacha no supermercado.


“Ele tem “amigos” da mesma idade que chama ele para vender drogas, mas ele não vai. Teve uma vez que eu tive que brigar com ele, pois ele foi pego furtando um pacote de bolacha no mercado. Depois disso, ele me pediu se podia vender trufas para ganhar dinheiro e eu deixei. Meu filho estuda, faz todas as lições e eu até mostro o caderno dele”. Contou a mãe.

Perguntamos para o menino, se ele estava ali vendendo trufas porque quer, ou se a mãe o obriga a trabalhar?

Rapidamente o menino nos respondeu: “Eu estou aqui porque eu quero. Tipo assim... Minha mãe não tem condições de comprar um celular pra mim, e eu trabalhando aqui, eu posso comprar o celular”.  Com os olhos brilhando, o menino fez questão de exibir o dinheiro que ganhou e guardou vendendo trufas durante alguns dias. Disse ainda que conseguiu comprar uma bicicleta. “Comprei uma bicicleta “zerinha”, vai lá em casa pra você ver”.

 



Um outro menino de 11 anos, que é amigo do filho de Alexandra e, que também vende trufa no semáforo, contou que gosta de trabalhar vendendo trufas, pois pode ganhar dinheiro e comprar as coisas que precisa.

“Eu comprei minha primeira bicicleta, roupa, celular, tudo trabalhando aqui no farol, minha mãe não tem condição de me dar agora”.  Eu só consigo estudar e fazer as aulas pela internet porque consegui comprar um celular com o dinheiro que eu ganhei trabalhando no farol”. Disse o menino.


Nota F5: Por Gean Mendes

O F5 manterá contado com os pais responsáveis desses meninos, para termos a certeza do quão será digno e eficiente o amparo prometido pelo poder público à essas famílias.

Esperamos que essa assistência seja verdadeira e que vá de encontro a realidade social de crescimento buscado por essas crianças. Esperamos ainda, que essa assistência seja monetizada a altura do que eles merecem e que não fique apenas com a simples doação de cestas básicas.

                                                                                                 

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