Ação conjunta de PF com polícias de RJ, PR e SP deflagra operação contra organização criminosa ligada a tráfico de drogas
A Polícia
Federal, em conjunto com as polícias Civil do Rio de Janeiro e Minas Gerais e
da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo deflagra nesta quarta-feira (19)
uma operação para cumprir 92 ordens judiciais contra uma organização criminosa,
com núcleo estabelecido no oeste do Paraná, responsável por distribuir drogas
para os Estado do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul.
Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 7 mandado de medidas
cautelares diversas e 29 mandados de buscas e apreensões em endereços ligados
aos suspeitos. Além disso, foi determinado o sequestro de 17 veículos, entre
caminhões e carros, e o bloqueio de bens móveis, imóveis e ativos financeiros
de 24 pessoas e 13 empresas. A ação acontece simultaneamente em cinco Estados:
Paraná (Toledo, Cascavel, Pato Bragado, Marechal Cândido Rondon, Capitão
Leônidas Marques e Capanema), Rio de Janeiro (capital), São Paulo (capital),
Minas Gerais (Ribeirão das Neves) e Santa Catarina (Balneário Camboriú). Um dos
alvos pode estar, segundo informações, no Paraguai.
Investigação
A
investigação, de alta complexidade, começou em março de 2023, com a apreensão
de cerca de duas toneladas de maconha em um fundo falso de caminhão
frigorífico. Com as investigações, identificado um dos locais usados para
armazenamento da droga, onde, durante cumprimento de buscas, foi localizado um
bunker, sob um chiqueiro de porcos, um segundo caminhão frigorífico com fundo
falso, além de grande quantidade de munição de fuzil. A investigação apontou
que a droga era retirada da região dos lagos do Itaipu, armazenada em chácaras
na região de Toledo, no Paraná, e posteriormente transportada em fundos falsos
de caminhões frigoríficos para envio ao destino, Rio de Janeiro, Minas Gerais,
Pernambuco e Rio Grande do Sul, entregues a facção nacionalmente instalada. A
escolha de caminhões com cargas frigorificadas advém da dificuldade de
fiscalização, já que o rompimento do lacre pode comprometer todo o produto.
Durante as investigações, foram apreendidas quase sete toneladas de maconha,
avaliadas em cerca de dez milhões de reais. Entre os investigados, um policial
civil do Estado de São Paulo, que foi afastado das funções na primeira fase e
agora foi preso. Ele auxiliava na logística da distribuição e com informações
privilegiadas obtidas em razão das funções. Dias antes da deflagração, dois dos
investigados foram alvos de diversos disparos de arma de fogo, na Cidade de
Marechal Cândido Rondon, no Paraná. Um deles morreu no local e o outro, o
policial civil de São Paulo, ficou gravemente ferido. As investigações, conduzidas
pela polícia civil local, com apoio da equipe da DENARC, apontaram que os dois
também eram alvos desta operação.
Eles foram presos em edifício luxuoso, na Cidade de Toledo, para onde mudaram logo após o crime. Segundo apurado, o desacerto entre os membros da organização advém do esfacelamento causado pela Operação Carga Fria, com suspeitas sobre os delatores e disputa de liderança, já que o chefe permanece preso. Outro preso é o jornalista Ricardo Lyra Ribeiro, diretor do “Jornal Corporativo” e do jornal “Nação Brasil”. Ele e apontado como responsável pela contabilidade do grupo criminoso e pela guarda dos valores e gerência das contas bancárias do bando. Na casa onde estava o jornalista, os policiais da Core apreenderam uma mala cheia de dinheiro e carros de luxo. A movimentação milionária do grupo criminoso era feita com dinheiro em espécie e por meio de contas bancárias abertas em nome de laranjas. Investigações apontam que a organização movimentou, em cerca de quatro anos, mais de cem milhões de reais. Com o proveito da atividade criminosa, os investigados adquiriam bens móveis, imóveis e ouro. Os chefes da organização ostentavam padrão de vida elevado, com apartamentos e casas milionárias, viagens, carros luxuosos e veículos aquáticos.
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