O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou a ata de sua última reunião, reiterando a necessidade de manter uma postura contracionista na política monetária por um período suficiente para consolidar o processo de desinflação e ancorar as expectativas em torno das metas estabelecidas. Além disso, o Copom destacou a importância de “permanecer vigilante” e reafirmou que “eventuais ajustes futuros” na taxa de juros serão determinados pelo compromisso em fazer a inflação convergir para a meta. Durante a discussão sobre a manutenção da taxa em 10,5% ao ano, interrompendo o ciclo de cortes que havia sido iniciado em agosto, foram analisados indicadores como mercado de trabalho e atividade econômica, que têm apresentado resultados diferentes do esperado.
O comitê
também observou um aumento nas projeções de inflação para os próximos anos,
mesmo com a retirada do condicionante da taxa Selic da pesquisa Focus. As
expectativas de inflação, segundo o Copom, estão mais desalinhadas desde a
última reunião, e o cenário externo continua desfavorável, com a perspectiva de
taxas de juros elevadas nos países desenvolvidos. O comitê indicou que os juros
devem permanecer estáveis por um longo período, introduzindo um cenário
alternativo que considera a Selic estável até o final de 2025. Em relação às
contas públicas, o BC afirmou que está monitorando de perto os desenvolvimentos
recentes da política fiscal, que impactam diretamente a política monetária e os
ativos financeiros. A condução das contas públicas pelo governo Lula tem sido
alvo de escrutínio devido às mudanças nas metas fiscais e à dificuldade em
cortar gastos.
Na reunião anterior, o colegiado vinculado ao BC debateu sobre o balanço de riscos para a inflação, considerando se há mais chances de alta. Apesar de alguns membros destacarem a incorporação de parte dos riscos no cenário central, houve preocupação com a persistência do hiato do produto e da inflação de alimentos. No entanto, a maioria decidiu manter o balanço de riscos simétrico nessa reunião.
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