O diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Europa, Hans Kluge, disse nesta terça-feira (20), em Genebra, que a mpox - independentemente de se tratar da nova variante 1, por trás do surto atual na África, ou da variante 2, responsável pela emergência global em 2022 - não configura “uma nova covid”.
“Sabemos muito sobre a variante 2. Ainda precisamos aprender
mais sobre a variante 1. Com base no que sabemos, a mpox é transmitida
sobretudo através do contato da pele com as lesões, inclusive durante o sexo”,
disse. “Sabemos como controlar a mpox e – no continente europeu – os passos
necessários para eliminar completamente a transmissão,” disse.
O diretor regional da OMS lembrou que, há dois anos, foi
possível controlar a doença na Europa graças ao envolvimento direto com grupos
mais afetados, incluindo homens que fazem sexo com homens (HSH). “Implementamos
uma vigilância robusta, investigamos exaustivamente novos contatos de pacientes
e fornecemos conselhos sólidos de saúde pública”, detalhou.
“Mudança de comportamento, ações não discriminatórias de
saúde pública e vacinação contra a mpox contribuíram para controlar o surto [em
2022]”, disse. “Mas, devido à falta de compromisso e de recursos, falhamos na
reta final”, alertou, ao citar que a Europa registra, atualmente, cerca de 100
novos casos da variante 2 todos os meses.
Para Kluge, a nova emergência global por mpox - provocada
pela nova variante 1 - permite que o continente volte a se concentrar também na
variante 2. Dentre as ações destacadas por ele estão fortalecer a vigilância e
o diagnóstico de casos e emitir recomendações de saúde pública, inclusive para
viajantes, “baseados na ciência, não no medo, sem estigma e sem discriminação”.
O diretor OMS Europa destacou ainda a necessidade de
aquisição de vacinas e medicamentos antivirais para os que mais precisam,
conforme estratégias de risco. “Em suma, mesmo que reforcemos a vigilância
contra a nova variante 1, podemos – e devemos – nos esforçar para eliminar a
variante 2 do continente de uma vez por todas”, preconizou.
“A necessidade de uma resposta coordenada, neste momento, é
maior na região africana. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças na África
declarou a mpox uma emergência continental pouco antes da declaração global
feita pela OMS. A Europa deve optar por agir em solidariedade”, concluiu, ao
citar ações imediatas para o que classificou como “momento crítico”, como
também ações de longo prazo.
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