O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) anunciou um financiamento de R$ 500 milhões para a Eve Air Mobility,
subsidiária da Embraer, para a instalação de uma fábrica de eVTOLs,
popularmente conhecidos como "carros voadores", em Taubaté, São
Paulo. O acordo foi divulgado na manhã desta terça-feira (15) pela empresa, que
aguarda a aprovação dos modelos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)
para iniciar a produção.
Os eVTOLs são veículos elétricos de decolagem e pouso
vertical, voltados para viagens curtas e urbanas. A nova unidade de produção
será instalada em uma fábrica já existente da Embraer e prevê a entrega dos
primeiros modelos a partir de 2026. A Eve planeja uma produção escalonada,
dividida em quatro fases, com a estimativa de fabricar até 480 unidades por ano
quando atingir a capacidade máxima. Ao todo, cerca de 1.000 empregos serão
gerados na fábrica.
Investimento
estratégico para a região
A decisão de estabelecer a fábrica em Taubaté faz parte de um
acordo que condicionou o financiamento do BNDES à instalação no Brasil. "O
acordo é: a fábrica fica em Taubaté, os empregos serão aí. É emprego de
qualidade, de tecnologia, engenharia. É muito importante adensar esse Parque
Tecnológico do Vale do Paraíba", afirmou Aloizio Mercadante, presidente do
BNDES, em entrevista à TV Vanguarda.
Em 2022, o BNDES já havia liberado uma linha de crédito de R$
490 milhões para apoiar o desenvolvimento do programa de eVTOL da Eve. O novo
financiamento, com prazo de 16 anos para quitação, é destinado à estruturação
da fábrica e inclui subcréditos de fontes nacionais e internacionais, como
fundos em moeda estrangeira.
Mobilidade aérea
urbana e sustentabilidade
O financiamento reafirma o compromisso do BNDES em incentivar
a mobilidade aérea urbana e a descarbonização da aviação. A Eve já possui 2,9
mil encomendas de eVTOLs de 30 clientes em 13 países, o que representa um
potencial de US$ 14,5 bilhões em receita. De acordo com Johann Bordais, CEO da
Eve, "nossa missão é reimaginar as conexões humanas, entregando um veículo
que vai redefinir a mobilidade aérea urbana".
Os eVTOLs da Embraer são projetados para viagens curtas, com
autonomia de 100 quilômetros e capacidade para quatro passageiros e um piloto.
Por serem movidos a eletricidade, prometem operação silenciosa e emissão zero
de CO2, se diferenciando dos helicópteros tradicionais. O modelo conta com asas
fixas e oito motores, além de um motor traseiro para propulsão.
Impacto na
mobilidade urbana
Os "carros voadores" devem transformar o transporte
intraurbano e interurbano, reduzindo o tempo de viagem de uma hora para 15
minutos em trajetos específicos, como de aeroportos para pontos estratégicos na
cidade. A expectativa é que o custo das viagens seja próximo ao de serviços de
carros por aplicativo, tornando o modal acessível a um maior número de pessoas.
A Eve já tem planos para operar em cidades como São Paulo,
Rio de Janeiro e estados dos EUA, além de outros países como Noruega,
Austrália, Quênia e Emirados Árabes Unidos. A empresa pretende oferecer o
serviço por meio de plataformas de voos compartilhados, em que os usuários
poderão adquirir assentos para rotas pré-determinadas.
Regulamentação
e futuro do setor
Atualmente, não há regulamentação específica para os eVTOLs
no Brasil. A Anac está elaborando critérios de aeronavegabilidade baseados nos
Regulamentos Brasileiros da Aviação Civil (RBAC), visando garantir a segurança
e a eficiência dessas aeronaves futuristas.
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