SP e Outros Cinco Estados Recusam Cobrar Novo DPVAT: Governadores se opõem à retomada do seguro obrigatório a partir de 2025, alegando impactos negativos aos contribuintes
Governadores de seis estados, incluindo São Paulo e Minas
Gerais, manifestaram publicamente sua intenção de não cobrar o Seguro
Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (SPVAT), conhecido
como "novo DPVAT". Extinta em 2020 durante o governo do ex-presidente
Jair Bolsonaro, a cobrança deve ser retomada a partir de 2025 conforme a Lei
Complementar n.º 207, sancionada pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da
Silva em 16 de maio deste ano.
Os governadores que se opõem à medida são Tarcísio de Freitas
(Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Jorginho Mello (PL-SC), Ronaldo Caiado
(União-GO), Ibaneis Rocha (MDB-DF) e Ratinho Júnior (PSD-PR). Esses gestores,
alinhados ao bolsonarismo, criticam a retomada do seguro e defendem que a
medida representa um aumento de impostos para a população.
O debate voltou à tona na última quinta-feira após uma
publicação de Jair Bolsonaro no X, onde afirmou: "O presidente Jair
Bolsonaro extinguiu o DPVAT, Lula o traz de volta com tudo e toda a sua sanha
de mais taxas e impostos". A declaração ecoa o sentimento de rejeição dos
governadores, que têm se manifestado contrários ao convênio proposto pelo
governo federal.
Rejeição ao
Convênio Federal
Os governos de São Paulo e Goiás foram os primeiros a recusar
a oferta da Caixa Econômica Federal para realizar a cobrança do novo seguro. A
proposta original previa que o Detran seria responsável pela inclusão do
tributo junto ao licenciamento de veículos e ao IPVA de 2025, repassando a
maior parte dos valores arrecadados à União. No entanto, Tarcísio de Freitas e
Ronaldo Caiado rejeitaram a iniciativa, criticando a retomada da cobrança.
No Distrito Federal, Ibaneis Rocha também se posicionou
contra a medida, afirmando: "No DF, optamos por não implementar a cobrança
do novo DPVAT, que vai entrar em vigor a partir de 2025. O objetivo do nosso
governo é priorizar o bem-estar da população e evitar custos adicionais que
possam impactar o bolso das famílias". A declaração foi feita por meio de
um post nas redes sociais na última terça-feira.
Governadores
Defendem Controle sobre Impostos
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, também se
opôs ao convênio proposto, argumentando que a nova taxa "causaria aumento
de impostos para o catarinense, contrariando nossos esforços em não aumentar
tributos". Mello anunciou a decisão no início do mês, reforçando a
preocupação com o impacto financeiro sobre os cidadãos.
Romeu Zema, de Minas Gerais, expressou uma opinião similar
durante uma entrevista à rádio Itatiaia, classificando a retomada do seguro
obrigatório como "um absurdo". Ele destacou que o DPVAT "sempre
foi um imposto disfarçado de seguro, beneficiando apenas os amigos dos
poderosos".
Ronaldo Caiado, de Goiás, também se pronunciou nas redes
sociais nesta quarta-feira: "Se o governo federal está com problemas de
caixa, que tenha juízo e trate o dinheiro público com responsabilidade". A
fala demonstra o descontentamento do governador com a medida imposta pelo
governo federal.
Como
Funciona o Novo DPVAT
O SPVAT, que substituirá o extinto DPVAT, será um seguro
obrigatório nacional pago anualmente por todos os proprietários de veículos. O
seguro visa cobrir indenizações por danos causados por veículos ou suas cargas.
A Caixa Econômica Federal será responsável pela administração dos valores, que
ainda devem ser definidos pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP).
A nova lei determina que a cobrança terá como base de cálculo
atuarial o valor estimado para cobrir as indenizações e despesas operacionais
do seguro. O não pagamento impedirá o motorista de realizar o licenciamento e,
consequentemente, de dirigir o veículo em vias públicas. O Conselho Nacional de
Trânsito (Contran) será encarregado de fiscalizar o cumprimento da nova medida.
Com a divergência crescente entre o governo federal e os
estados, a retomada do SPVAT promete ser um tema de grande debate político nos
próximos meses, especialmente diante das próximas eleições.
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